segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Estado é referência nacional no plantio de oliveiras

Em Uruguaiana, um experimento da Embrapa, em parceria com a Agência de Desenvolvimento (ADU) mostra boa adaptação de cinco variedades de oliveira.

Gabriela Barcellos

O Rio Grande do Sul se tornou o maior produtor de oliveiras do Brasil, além de figurar entre os melhores do mundo na produção de azeite de oliva. O destaque mundial foi alcançado recentemente com a medalha de prata obtida pelo Prosperato, da empresa Tecnoplanta, de Barra do Ribeiro, no concurso italiano Domina, um dos mais importantes da Europa.
A história da olivicultura no Estado foi tema de encontro no último dia 30, durante a 39ª Expointer, em Esteio. Rosane Coradini, presidente da Associação dos Produtores de Olivicultura de Caçapava do Sul, conta que o protagonismo gaúcho começou em 2005. “Éramos 30 malucos que resolveram tentar plantar oliveiras no estado, depois de duas tentativas fracassadas, sendo que a última foi nos anos 50”, lembra. De uma propriedade de 20 hectares da família, na Região da Campanha, cinco deles foram dedicados ao plantio de oliveiras, resultando em sucesso imediato. “Em 2013, colhemos 8,5 mil quilos de azeitonas. Para este ano, em função do clima, devemos colher 3,1 mil quilos”, acrescenta.
Em mais de dez anos de cultivo, foram introduzidas pelo menos 50 variedades. Para o chefe ­geral da Embrapa/RS, Glênio Pillon, o território gaúcho tem um grande potencial de expansão da lavoura. “Temos mais de 11 indústrias instaladas e caminhamos a passos largos, com avanços tecnológicos. Hoje nosso azeite não perde nada para outros do mundo”, enfatiza. Pillon lembra que o azeite trazido de outros países tem qualidade alterada, principalmente em função da logística de transporte, com longas esperas em contêineres. Contudo, alerta que o clima - a geada e a umidade - e o controle de pragas seguem sendo as principais preocupações.

Potencial
Mita Fuhrmann, que produz o azeite Verde Louro em Canguçu desde 2011, disse que a primeira safra deste ano será de 1,8 mil litros. Eudes Romano Marchetti, diretor-geral da Tecnoplanta, de Caçapava do Sul, observou o RS deve ser de 15 mil litros de óleo de oliva em uma área de 300 hectares. A previsão é de crescer para 50 mil litros em 2017.

Uruguaiana
Desde 2008, A Embrapa Clima Temperado, sediada em Pelotas, em parceria com a Agência de Desenvolvimento de Uruguaiana (ADU) realiza um experimento visando verificar a viabilidade do plantio de oliveiras em Uruguaiana e quais as variedades da planta mais adaptadas ao clima local.
De acordo com o engenheiro Fernando de Menezes, diretor da ADU, o projeto surgiu com o objetivo de apontar outra opção de produção no município e vem dando bons frutos.
Os resultados obtidos até o momento são extremamente positivos e demonstram que o município tem potencial para o cultivo, abrindo mais um ramo dentro da agricultura local. São cinco variedades de oliveiras que se destacam, tanto para produção de azeite de oliva quanto para conserva: Arbequina, Arbosana, Manzanilla, Koroneiki e Picual. Elas não tiveram problemas de desenvolvimento ou de adaptação e tiveram boa produção de frutos.

Financiamento
O secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Ernani Polo, informou aos produtores que o Badesul tem linha de financiamento com condições favoráveis ao setor. “Estamos juntos neste processo, apoiando os produtores e buscando resolver impeditivos burocráticos que dificultam a produção, como a utilização de defensivos agrícolas”. Segundo ele, o estado tem um milhão de hectares potenciais para a olivicultura.

0 comentários: