Gabriela Barcellos
Com a posse no dia 12 de outubro, os três meses de atuação da nova gestão vem movimentando as atividades relacionadas ao segmento crioulista. Especializado na área rural e com uma atuação de mais de 30 anos no julgamento morfológico e funcional da raça Crioula, Eduardo Móglia Suñe soma suas experiências de criador e proprietário da Cabanha Quilero ao cargo de atual presidente da Associação. A participação de Suñe nas reuniões desde a posse tem contribuído para que se estabeleça uma organização nas próximas ações da entidade, conjuntamente com os demais colaboradores que atuam dentro e fora da ABCCC. Os encontros com a Diretoria e Núcleos têm sido marcados por propostas de alinhamento nas demandas da temporada e da gestão como um todo. “Quero que todos participem e contribuam com os nossos dois anos de gestão, todos serão bem vindos. Vivemos uma crise política, econômica e ética no país e só com a união em prol da raça Crioula é que poderemos vencer este momento”, salientou Suñe na cerimônia de posse realizada na entidade.
Novas ações e subcomissões
Buscando uma maior representatividade e aproximação em cada área ligada ao cavalo Crioulo, seis novas subcomissões foram criadas dentro da Associação. Ginetes, Núcleos, Novas Modalidades, manifestações culturais e Bem-Estar animal foram estruturados para apresentar à Diretoria as diferentes necessidades de cada segmento. A criação das subcomissões concretizou um plano de ideias de Eduardo Suñe baseado em mais de uma década de trabalho na ABCCC. A experiência durante todo este período possibilitou uma percepção sobre demandas e exigências que estão no dia-a-dia do universo contemplado pela raça. Em outubro de 2016, a subcomissão do Bem-Estar Animal já articulou ações para abrir espaço aos assuntos que concernem os cuidados com o animal tanto em competições quanto na criação. Reunidos com a diretoria da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH), a proposta do encontro foi promover uma aproximação entre as entidades e fortalecer a atuação de ambas, fomentando a equinocultura.
Reuniões em alta
O palco do maior evento da raça Crioula foi sede para outro importante encontro. A Diretoria Executiva da Associação se reuniu com o Conselho Fiscal da Entidade no dia 7 de novembro, no Parque de Exposições Assis Brasil. Além do roteiro de eventos da temporada, foi discutido o modelo de trabalho da atual gestão, assuntos gerais e foi aberto um espaço para sugestões e reivindicações dos Núcleos. Outras reuniões com uma proposta de discussão semelhante foram realizadas ao longo destas 16 semanas. Ainda em novembro, um plano estratégico foi estruturado em um dos encontros do Conselho de Planejamento. Com a meta de estabelecer ações até 2020, a estruturação das ideias que consistem o planejamento surge de um conjunto de demandas diárias da Associação e com base em ações já iniciadas em gestões anteriores. Gustavo Weiand, criador e novo membro do Conselho, explica que as pautas são divididas por setores com o propósito de abranger a totalidade dos segmentos, visando o desenvolvimento completo.
No último mês representantes dos Núcleos participaram de uma reunião promovida pela nova Diretoria Executiva. O momento foi destinado à apresentação de propostas e sugestões sobre iniciativas que estão em andamento. No encontro, Eduardo Suñe afirmou que muitas mudanças já estão prontas para serem aplicadas, todas baseadas em interações ocorridas tanto no período de campanha, quanto em reuniões com Núcleos, associados e criadores.
Da posse ao ano que segue
O foco dos primeiros meses de gestão foi resolver problemas no setor de Tecnologia e Informação que influenciavam o Registro Genealógico. “Zerar questões pendentes como estas acelera o processo e consequentemente otimiza o nosso tempo de trabalho para produzir mais e da melhor forma”, completa Suñe. A entidade também promoveu a união entre outras associações equestres que complementam a Casa. Um exemplo disso foi a sanção da Vaquejada. “A provação do projeto no Senado é uma conquista para nós”, afirma o Presidente. Elevada à Patrimônio Cultural, a nova condição da prova é contemplada por políticas de preservação e produção de patrimônios coletivos, ressignificando e valorizando o seu exercício. A participação da ABCCC no The Best Jump foi outro ponto importante neste período. O evento foi um momento para avaliar possíveis alterações no Exame de Admissão. Baseado no modelo da Federação Equestre Internacional (FEI), as mudanças seriam parte de um processo de desmitificação sobre Exame, mostrando que a intenção final é não só acompanhar o animal durante todo evento, como também testar, averiguar e controlar a medicação, sempre prezando pelo seu bem-estar.
As projeções para 2017 são estimulantes. “Criar novas categorias de sócio para unificar a participação dos mesmos é uma modificação que a Casa merece”, comenta Suñe. Além disso, a reformulação da área de convivência no Bocal de Ouro e estruturação de um novo espaço para acampamento no Freio de Ouro são algumas das propostas para dar continuidade nas atividades da temporada.
Com informações da ABCCC.