Gabriela Barcellos
O crime que chocou a comunidade a pouco mais de uma semana está esclarecido. A Delegacia Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec) prendeu na madrugada de terça-feira, 16/8, Diego Fernando Fialho Pintos, 20 anos, conhecido como ‘Didi’, apontado como autor do disparo que matou o menino Bruno Ricardo Alves Maurer, de 17 anos. Bruno foi morto no portão de casa, na Rua Andradas, durante um assalto.
Didi foi preso na Estação Rodoviária, depois de desembarcar de um ônibus vindo do estado de Santa Catarina. A equipe da Defrec, sob coordenação da delegada Caroline Huber, já o aguardava. Ele foi então levado à Defrec e novamente ouvido pela Delegada, visto que já havia prestado depoimento na quarta-feira, 10/8, um dia após o crime. Mais uma vez, negou qualquer participação. Depois, o rapaz foi conduzido à Penitenciária Modulada Estadual de Uruguaiana (PMEU). Lá, também está preso o outro acusado de envolvimento no crime, Carlos Henrique Gutierrez, 21 anos, conhecido como ‘Keno’.
Investigação
O nome de Didi surgiu já no início da investigação, através de denúncia anônima. Ele foi o primeiro suspeito a ser ouvido, na tarde seguinte ao crime, mas foi liberado, pois não havia provas contra ele. Naquela noite, embarcou para Santa Catarina. “Ele comprou a passagem por volta de meio dia do dia seguinte ao crime, inclusive nos omitiu essa informação. À noite embargou para Santa Catarina”, conta a Delegada. Mesmo à distância, a Delegacia continuou monitorando o rapaz e, assim que soube que ele estaria voltando para o município, já de posse do mandado de prisão, montou a operação que resultou na sua captura.
Já Carlos Henrique foi preso na sexta-feira, 12/8, quando foi ouvido pela Delegada. Na ocasião, ela representou pela prisão temporária dos dois suspeitos e, assim que o pedido foi deferido pela Justiça, o rapaz foi conduzido à Penitenciária. Ele seria o piloto da motocicleta utilizada no crime, uma CG Titan vermelha, que de acordo com a Delegada pertence a um adolescente amigo dos acusados, que não teve participação alguma no crime. A Polícia acredita que ele também seja o dono da arma utilizada no assalto, que não foi encontrada. Nenhum dos dois tinha passagem pela polícia como adulto, mas Didi respondeu, ainda quando adolescente, por tráfico de drogas, e Queno por porte de arma de fogo.
Para Caroline Huber, embora nenhum dos dois acusados tenha confessado o crime, não há dúvidas quanto a autoria, diante de um robusto conjunto probatório. “Ao longo desses dias de investigação, foi possível constatar sem a menor sombra de dúvida, que os dois são os autores deste crime. Não tenho dúvidas”, disse. Não há dúvidas também quanto a motivação do crime. “O objetivo deles, sem dúvida, era roubar as vítimas”, conta ela, que concluiu agradecendo o empenho dos policiais da Defrec. “Esses policiais trabalharam muito nos últimos dias. Somente paravam para dormir o necessário. Foram dias exaustivos, mas valeu a pena, e a dedicação deles foi fundamental”, considerou.
O crime
O crime, classificado como latrocínio, ocorreu por volta de 20h30min de terça-feira, dia nove. Bruno e um amigo, Jian Francisco Oliveira, de 21 anos, estavam no portão da casa do adolescente, quando foram abordados por um homem armado (Didi), que anunciou o assalto. Jian foi o primeiro a entregar o telefone celular, mas ainda assim foi agredido com uma coronhada na cabeça. Bruno, embora não tenha reagido, levou um tiro a queima roupa no peito.