Nestor Tipa Júnior
A sustentabilidade das lavouras de arroz vem sendo cada vez mais incentivada pelas entidades do setor orizícola gaúcho. O tema ganhará destaque na 27ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, que se realizará de 16 a 18 de fevereiro de 2017 na Estação Experimental do Arroz, do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), em Cachoeirinha. Daniel Falchetti, analista de Socioecoeficiência da Fundação Espaço ECO (FEE), de São Bernardo do Campo (SP), será uma das atrações do Fórum Técnico que ocorre na quinta-feira, 16 de fevereiro, onde falará sobre o tema “Caminhos para a sustentabilidade na propriedade agrícola”.
Conforme Falchetti, a abordagem da palestra será a de explicar o conceito de sustentabilidade e como ela pode ser implementada na propriedade agrícola. Será destacado ainda como o uso correto da tecnologia, associada a outras práticas agrícolas, são importantes para melhoria do desempenho e como podem ser disseminadas, trazendo benefícios para a cadeia de valor como um todo. “O ponto chave a ser abordado é mostrar aos produtores que a sustentabilidade na propriedade rural tem a ver com gestão, boas práticas agrícolas, questões sociais, legislação e como eles podem colocar este conceito em prática com ferramentas que façam uma ampla análise de seu mercado”, ressalta.
O especialista da FEE reforça que as empresas do agronegócio estão entre os principais parceiros nos 11 anos de atuação da instituição. Lembra que, segundo estatísticas, o mundo terá mais de nove bilhões de pessoas em 2050, impactando no aumento da demanda por alimentos e energia. “Com isso, será necessário implementar modelos e práticas sustentáveis, que utilizarão mais racionalmente nossos recursos naturais, reduzindo emissões, garantindo a rentabilidade do negócio e a inclusão social”, enfatiza.
Falchetti avalia que a sustentabilidade precisa ser pensada de forma a abranger todos os elos da cadeia, dentro e fora da porteira e é neste momento que atuam as ferramentas de medição de sustentabilidade da Fundação Espaço ECO. “Nossos estudos mapeiam os processos e produtos, identificando e mensurando os impactos nos pilares ambientais, sociais e econômicos, formando uma base rica com uma visão sistêmica para o embasamento das tomadas de decisão. Entre os cases já realizados por nós está o da Sementes Condessa, de Mostardas (RS), que comprova, na prática, como os resultados de nossos estudos possibilitam a aplicação de medidas para a melhoria contínua de processos, considerando os impactos e benefícios ambientais, sociais e econômicos”, informa.
O presidente da Federarroz, Henrique Dornelles, enfatiza que o tema sustentabilidade foi inserido na Abertura da Colheita do Arroz para consolidar de forma correta a palavra. Observa que sustentabilidade é muito mais que um mero conceito ambiental, mas também econômico e social. “ Se um desses pilares não funcionar, não existe sustentabilidade. Por mais que se tenha uma lavoura ou um negócio com conceitos ambientais louváveis, se não tiver a parte econômica, não irá gerar renda, não será sustentável”, explica.
Dornelles salienta ainda que o evento está prestigiando empresas fornecedoras, como é o caso da Basf, comprometidas com a perfeita utilização de seus produtos e também com o estabelecimento de conceitos como o da sustentabilidade. “Estamos, inclusive, extrapolando as fronteiras brasileiras, já que no caso este projeto está inscrito na Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), com o objetivo de externar para outros mercados, outras partes do mundo, a nossa preocupação com o tema e como a nossa lavoura está sendo planejada e realizada”, destaca.
A Abertura Oficial da Colheita é organizada pela Federação das Associações dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz). Mais informações podem ser obtidas no site www.colheitadoarroz.com.br.