Gabriela Barcellos
Depois do sucesso das missões ao exterior no ano passado, por exemplo, à China e Arábia Saudita, que resultou na abertura de mercado para a carne in natura brasileira, fiscais agropecuários do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estão nos Estados Unidos para viabilizar o acordo de compra e venda de carne bovina in natura desossada entre os dois países.
Desde terça-feira, 5/7, o grupo trabalha na avaliação do sistema de inspeção sanitária dos EUA, com auditoria no Food Safety and Inspection Service (FSIS), em Washington. O modelo do Certificado Sanitário Internacional para os embarques de carne vai depender do resultado da auditoria. Eles também vão visitar frigoríficos nos estados do Texas, Iowa, Nebraska e Califórnia.
Segundo o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Luis Rangel, estão sendo observados ainda os controles americanos sobre os resíduos na carne, a fim de que as plantas industriais brasileiras possam se preparar para fazer o monitoramento. A viagem faz parte de uma ampla negociação comercial para a compra e venda de carne in natura entre os dois países. De acordo com a secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio, a expectativa é de um incremento de US$ 900 milhões por ano nas exportações brasileiras para os EUA.
De acordo com Rangel, a negociação para exportação de carne brasileira in natura desossada está avançada. Em novembro de 2015, uma missão técnica veterinária norte-americana permaneceu 11 dias no Brasil e fez inspeção em frigoríficos do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e São Paulo. “Os veterinários ficaram impressionados com o que viram. Agora, os técnicos brasileiros vão visitar as plantas dos EUA para o reconhecimento dos sistemas de produção de lá”, lembra o secretário.
A expectativa do ministério é fechar o relatório da missão e concluir a negociação com os americanos antes do dia 28. Nesta data, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi participa, em Washington, da reunião do Comitê Consultivo Agrícola (CCA) Brasil-EUA - uma oportunidade para a assinatura do acordo. Rangel prevê que, após o acordo, os primeiros embarques da carne fresca para os EUA sejam realizados em um período de três meses.
O Brasil já é um tradicional exportador de carne bovina industrializada para os EUA. Em 2015, vendeu 31,4 mil toneladas, o equivalente a US$ 286,8 milhões. “Conquistar o mercado americano, assim como o europeu, é uma chancela de qualidade no comércio internacional”, diz Rangel.
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