As supersafras entraram de vez para o cenário produtivo do setor primário gaúcho. Com previsão de chegar a 27,6 milhões de toneladas, a safra de verão deve sofrer incremento de 2,82% em relação a 2013, de acordo com projeção da Emater-RS. Se confirmados, os números vão representar novo recorde, a exemplo dos resultados do ano passado. Os dados sinalizam para o aumento de 1,49% na área total de plantio para as culturas de verão (arroz, feijão, milho e soja), que deve alcançar 7,18 milhões de hectares.
Financeiramente, os Valores Brutos de Produção (VBP) – pagos ao produtor – apenas para as principais atividades agropecuárias somam mais de R$ 43 milhões, o que pode resultar na adição de R$ 21,8 bilhões à economia gaúcha. Entre as quatro principais culturas, metade apresenta elevação (arroz, com variação de 1,98%, e soja, com 2,74%) e as outras duas (feijão 1ª safra e milho) com redução de 5,24% e 5,74%, respectivamente. “No ano passado, a produtividade do feijão e do milho foi excelente, por isso nossa expectativa é de queda”, justificou o diretor técnico da Emater-RS, Gervásio Paulus.
A soja é a commodity com resultados mais expressivos. Do ano passado para cá, a área de cultivo ganhou mais 88 mil hectares, totalizando 141 mil hectares nesta safra. O crescimento mais expressivo ocorre em regiões nas quais o cultivo do grão não é tradicional, comprovando o direcionamento dos produtores para o mercado que desponta como um dos mais vantajosos.
Entre 2005 e 2014, as regiões de Bagé e Pelotas registraram alta de 117% e 243%, respectivamente, na área de cultivo. Exemplo dessa alta são os municípios de Dom Pedrito, com elevação de 204%, e Jaguarão, com acréscimo de 320% no mesmo período. De acordo com o presidente da Emater-RS, Lino De David, o que sustenta a supersafra é a capitalização dos agricultores, em decorrência dos resultados dos últimos anos, que garantiram maior grau de investimentos, acesso às políticas públicas e ao crédito. Soma-se a isso, os preços estáveis do mercado.
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