Solenidade de inauguração do monumento ao herói de Sebastopol |
Muitas vezes, quando passamos em frente a um monumento qualquer em nossa cidade, nos detemos ao contemplá-lo com sua magnitude ou mesmo admirar o trabalho artística do escultor; mas nem sempre essas obras nos oferece o significado daquela gravura em alto relevo ou mesmo daquele monumento ou busto de um personagem. De quando em vez uma placa de bronze (quando os vândalos não roubam), tem orientado os transeuntes naquele local, referenciando o personagem ali homenageado. Então nos questionamos: Mas quem foram eles ou ele? Porque estão sendo homenageados naquele monumento? ... O que tem a ver com a nossa cidade? ... E uma dessas obras talhadas no bronze, mármore ou mesmo no cimento, nos chamou atenção, quando então fomos às pesquisas de campo para saber e transmitir aos nossos leitores a história do monumento colocado no Trevo dos Fuzileiros Navais, nas confluências da Av Duque de Caxias, 15 de novembro e início da Av Setembrino de Carvalho.
Aquele local recebeu sua denominação oficial, pela Lei nº 1.352, de 12 de novembro de 1976 como “Trevo dos Fuzileiros Navais”, como justo reconhecimento ao “Grupamento de Fuzileiros Navais de Uruguaiana”, que aqui estiveram de 1948 a 1976, onde, muitos uruguaianenses serviram nessa Instituição Militar.
No governo do Prefeito Municipal Eloy Trojan, a Lei nº 2.447, de 16 de maio de 1994, autorizou a criação do “Monumento em homenagem ao Corpo de Fuzileiros Navais de Uruguaiana”, decretando, em seu Art 2º - que o monumento ostentará o busto e o nome do Sargento FRANCISCO BORGES DE SOUZA, herói de Sebastopol.
Consta que a sugestão em erigir o busto do referido Sargento, foi do veterano Elevi Cortelini Albuquerque, que na época era o Presidente da Associação de Fuzileiros e Marinheiros da Reserva de Uruguaiana (ASFUMARU), hoje denominada ASFUMAR, ou como é chamado, atualmente, por “Clube Naval”. A proposição foi feita pelo, então, Vereador José Carlos Chaves, aprovada pela Câmara Municipal e sancionada pelo Executivo.
O monumento, com o busto esculpido pelo nosso artista Ademar Carvalho Rossini, teve sua instalação no dia 7 de dezembro, data em que se efetuou a Batalha de Paissandu (1864), com a tomada do Forte daquela cidade, sendo inaugurado em março de 2011.
Mas, alguém nos perguntaria: Quem foi esse Sargento? O que ele fez de tão importante? E o que era “Sebastopol”?
E para isso, leitor amigo, nos reportamos à nossa história, dos feitos passados pela nossa corporação dos Fuzileiros Navais quando o Brasil, durante a campanha do Prata, no conflito contra Aguirre do Uruguai, nossas forças tomaram de assalto Paissandu, em 7 de dezembro de 1864, conquistando o Forte, denominado mais tarde por “Sebastopol”. Nome em homenagem ao cerco da cidade de Sebastopol, durante a guerra da Criméia (1854/55), quando as tropas aliadas do Reino Unido, França e Piemonte chegaram à Criméia e sitiou a cidade de Sebastopol, base oficial da Marinha. E vemos hoje, esse mesmo lugar sendo disputado pela Rússia.
Devido a forte e heroica resistência que os uruguaios enfrentaram nossas forças, como da Criméia, aquele forte passou a ser chamado de Sebastopol. Nesse episódio, teve brilhante atuação quando o 2º Sargento Fuzileiro Naval, Francisco Borges de Souza que, embora gravemente ferido, à frente de seus homens, portou-se bravamente, atirando-se contra o inimigo, lutando ferozmente e arriando a sua bandeira. Sua ação motivou a vitória de nossas forças que tomou de assalto suas posições, contribuindo para o êxito da missão. O Sargento Borges foi citado na Ordem do Dia nº 3, de 28 de fevereiro de 1865, pelo Barão de Tamandaré pela ação e “intrepidez admirável”. Ainda em Dezembro, nossas tropas tomavam Montevideu e Aquirre capitulava.
Eis portanto, porque a ação meritória daquele Fuzileiro Naval teria que ser lembrado em nossa fronteira, para a perenidade da história.
Como bem dissera o Vice Almirante (FN), Roberval Pizarro Marques: “ Quero vivo, bem vivo, no coração de cada Fuzileiro Naval, o exemplo do Sargento Borges – valentia para prosseguir lutando, abrir caminho à força, progredir pela vontade de vencer, vencer pela coragem de lutar. Pois é mesmo assim o combatente anfíbio, uma prova de muita coragem. E esta é, afinal, a nossa razão de ser”. - “AD SUMUS”.
0 comentários:
Postar um comentário