terça-feira, 30 de agosto de 2016

Freio de Ouro reuniu 25 mil pessoas em disputa acirradíssima

Harmonia Temprado e Farrera de Los Campos garantiram o Freio de Ouro. Uruguaiana esteve muito bem representada e garantiu o Freio de Prata, com Carlota de São Pedro, da GAP São Pedro.



Gabriela Barcellos

Cerca de 25 mil pessoas assistiram, no domingo, 28/8, a final do Freio de Ouro 2016, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. A disputa foi acirrada, como previam os jurados, e o prêmio foi disputado com farra e talento pelos ginetes. Cada apresentação arrancava a aclamação do público presente. Além dos melhores cavalos Crioulos do Brasil, a disputa reuniu exemplares do Uruguai, Argentina e Paraguai.
Para a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) a decisão foi uma das mais disputadas da história da competição. Embora comuns na competição, as alternâncias de posições foram eletrizantes e deixaram até o mais calmo dos expectadores com o coração na mão.
Ao final, Harmonia Temprado, montado por José Fonseca Macedo, foi o grande vencedor. Já entre as fêmeas, o Freio de Ouro ficou com Farrera de Los Campos, montada por Antonieto Rosa.

Macho
Harmonia Temprano, da Cabanha Harmonia, de Santa Vitória do Palmar, obteve a nota máxima de 22.607. Experiente, o cavalo participa do Freio de Ouro desse 2002 e já se classificara nas categorias Prata e Bronze. “Passamos tudo que sabemos e sentimos um para o outro e deu certo”, disse o ginete, depois de contar que o conjunto teve pouco tempo para treinar. Zeca Macedo também lembrou que, no primeiro Freio de Ouro que venceu, montava o pai de Harmonia Temprano.
Temprano chegou à Expointer com a melhor campanha da temporada e garantiu o terceiro lugar na fila morfológica no primeiro dia. Teve um bom desempenho, ficando entre as quatro primeiras em um plantel de 48 matrizes. Conforme um dos proprietários da Cabanha, Rodrigo Teixeira, não há espaço para o acaso, tudo é fruto de um planejamento estratégico.

Fêmea
Farrera de Los Campos é da Estância Vendramin, na cidade de Palmeira (PR), e obteve a pontuação final de 20.998. A égua foi montada pelo ginete Raul Lima.”Estamos muito felizes em vencer o Freio de Ouro”, enfatizou logo após receber o prêmio, entregue pelo vice-governador, José Paulo Cairoli (PSD).
Assim que Farrera chegou à primeira posição, nas andaduras, não havia para mais ninguém. O ouro já era dela e de Antonieto Rosa, ginete da nova geração e que ganhou pela primeira vez. “É um trabalho de dedicação, planejamento e seleção genética, por isso somos extremamente competitivos. A Farrera é diferente, excepcional. É uma égua fantástica e agora terá o seu merecido descanso”, disse o criador Aldo Vendramin.

Prata
O Freio de Prata entre as fêmeas veio para Uruguaiana. O título é de Carlota de São Pedro, filha de Macanudo do Itapororó e Generina de São Pedro, da Cabanha GAP São Pedro, de Eduardo Macedo Linhares. Montada por Fábio Teixeira da Silveira, a égua alcançou nota 20,669. Entre os machos o título ficou com Guapuruma Mate Amargo, da Estância Guapuruma e Estância Tamareira, de Navegantes (SC) e Santa Rita do Passa Quatro (SP), que montado pelo experiente Cézar Augusto Schell Freire, alcançou nota 20,608.
As trocas de lugares na disputa foram constantes, feitas por aqueles animais que se saíram bem na etapa morfológica. O Freio de Prata, aliás, ficou com os dois animais com a maior média na Conformação.

Bronze
Igualmente disputado em uma mescla de técnica e garra, o Bronze também é carregado por vencedores interessantes. No caso das fêmeas, Natividade Setembrina é o quinto animal registrado no afixo da Cabanha Sossego, de São João da Aliança (GO), mostrando que uma criação razoavelmente nova, mas que começa certo pode render bons resultados no Assis Brasil, cedo. Montada por Daniel Waihrich Marin Teixeira, a égua levou 20,305 de nota. 
No caso de BT Vermute, da Cabanha 55, de Porto Alegre, não é à toa que o garanhão chegou ao pódio. No circuito de semifinais ele foi o sétimo melhor desempenho entre 48 candidatos ao título. Filho de BT Harmônico e BT Iludida, do Condomínio Flávio Bastos Tellechea, o animal foi montado por Volmir Santos de Guimarães e conquistou nota 20,519.

Ginete do ano
Responsável por encaminhar 12 animais à grande final, Cézar Augusto Schell Freire, o Guto Freire, recebe pela quinta vez o troféu de Ginete do Ano e é mais um dos coroados na temporada. “Sem dúvida nenhuma eu tenho muito a comemorar esse ano. A gente teve um título de Freio de Prata, em um Freio muito disputado. Eu acho que esse prêmio é muito gratificante porque é um trabalho do ano inteiro, de vários animais, que sem dúvida nenhuma é muito desgastante”, fala.

Domador do Ano
A arte de iniciar um exemplar na raça, despertando sua docilidade, moldando suas habilidades e futura submissão aos comandos é um trabalho essencial. E uma função tão importante merece ser valorizada. Assim o troféu de Domador do Ano foi para Jair Silveira Lemos.

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