segunda-feira, 17 de março de 2014

CAPELANIA MILITAR


O Serviço de Assistência Religiosa do Exército – SAREx, sancionado pela Lei nº 6.923, de 29 Jun 81 e previsto pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, teve sua criação na época do Império com o Decreto nº 747, de dezembro de 1850, com o advento da República. O Corpo Eclesiástico do Exército foi extinto, retornando por ocasião da 2ª grande guerra, através do Dec Lei nº 5.573, de 26 Mai 1944, enviando à frente de combate, como Capelães, 30 padres católicos e 2 pastores protestantes. 
Durante o decorrer do tempo, o Serviço de Assistência Religiosa vem prestando relevante apoio ao bem estar espiritual da nossa força para, finalmente, através da Lei nº 6.923 acima citada, que dispôs sobre o SAREx, os Capelães passaram a integrar, com os oficiais de carreira, no seu Quadro de Capelães Militares. 
Em 28 de agosto de 1991, o Arcebispo Militar do Brasil, Dom Geraldo Espírito Santo criou canonicamente a Capelania ou Paróquia Militar de Santa Rita de Cássia, nas dependências do aquartelamento do Comando das 2ª Bda C Mec, onde existe até hoje, abrangendo, na época, 18 unidade das cinco guarnições. 
A antiga Santa Casa de Caridade, situada a Rua Dr Maia, entre as ruas Mal. Deodoro e Mal. Floriano, dando fundos para a Rua Julio de Castilhos, ocupando uma quadra da cidade, construiu a Capela de Nossa Senhora do Horto, que teria sido fundada em 30 de maio de 1897, edificada frente ao prédio do hospital.
Quem, muitas vezes, com seus entes queridos enfermos, alguns desenganados pela medicina, outros pedindo graças para um parto difícil, não agradeceu ou solicitou auxílio à santinha que ficava numa gruta na antiga Santa Casa de Caridade de Uruguaiana? 
O jornal “A Nação”, de 11/09/1942, noticiava a inauguração dessa pequena gruta, onde trazia uma simples mas importante notícia:
“Revestiu-se de excepcional brilhantismo e de uma singela admiração a inauguração da Gruta da Senhora do Horto, construída no jardim ao lado da Capela do Horto, na Santa Casa de Caridade de Uruguaiana. Pela manhã, às 8 horas ouve missa de comunhão pela intenção da matrona D. Palmyra Carvalho, em memória da qual foi construída a referida gruta. Terminada a missa, os presentes passaram no jardim, onde as Exmas Srªs D Corinta Bastos e Palmyra Carvalho Fagundes, descobriram a fruta que apresentava uma maravilhosa decoração floral. 
Construída com a máxima simplicidade, traduzia perfeitamente a singeleza da vida das Irmãs do Horto. Expressando claramente a incomensurável gratidão para aqueles que auxiliam a caridade.
“O Reverendo Padre Teobaldo, Capelão, teceu um belíssimo comentário sobre a homenagem prestada a D. Palmyra Carvalho.” 
De uma interessante publicação do Jornal “A Nação”, publicado em 28 de junho de 1932, colhemos o seguinte relato: 
“A Diretoria dos festeiros da Congregação Senhora do Horto, do Hospital de Caridade, promovia no dia 30 do mês junho de 1932, na capela cultos de louvor a Virgem do Horto, cujos cultos deveriam se realizar até dia 9 de julho, mês seguinte. Rezas do Santo Rosário, ladainhas, exercícios de novenas e bênção do Santíssimo Sacramento, assim como cantos sacros. Naquele dia às 8 horas teve missa de Comunhão geral celebrada pelo Revmº Bispo Diocesano Dom Hermeto José Pinheiro. Às 10 horas teve missa solene, cantada pelo coro do Colégio Senhora do Horto e sermão pelo Revdo Padre Rodrigo de Santa Teresa.”
Em 1914, conforme trabalho elaborado por Dom Ângelo Domingos Salvador, 6º Bispo Diocesano, com o título “Padres na Diocese”, comenta que já existia uma capelania na caridade (Santa Casa Velha), tendo sido concedido, em 22 de dezembro de 1913, ao padre Donato de Jesus, a provisão dessa capelania. O primeiro Bispo, D Hermeto José Pinheiro, ao falecer em 3 de abril de 1941, na Santa Casa de Caridade, teve seu corpo velado nessa Capelinha, depois transladado para a Catedral. 
Em nossas pesquisas, encontramos alguns padres que foram Capelães da Capela N.S. do Horto, tais como: Monsenhor Estanislau Wolski, nomeado em 31 de dezembro de 1946, (tem uma rua na cidade com o seu nome); Padre Felipe Francisco Spotorno por 1955; Padre Artur Ritt. Da Capelania Santa Rita: Padre Quiliano Lino Schardpmg, nomeado em 1961; Padre Walter Dória por 1989; Padre Lourenço, 1989; Padre Celso Boeger Rohkig em 89; Padre Jacinto Cesar Tarachuk em 89; Padre José Norberto da Silva, por 2002 e Rogério Carvalho de Oliveira, em 2004. Como vemos, a Capela N.S. do Horto teve seus dias de glória, servia para amenizar os males dos doentes e parentes que lá iam pedir e agradecer as graças do Senhor. 

Alguns anos mais tarde, aquele enorme complexo edificado, assim como a Capela, tudo foi abandonado, quando da construção do atual Hospital de Caridade. A imagem de Nossa Senhora do Horto da antiga Capela, destinou-se para o interior do novo hospital. A outra imagem da santa, que estava na grutinha, teria sido levada para o Colégio do Horto, e posteriormente, para Porto Alegre. Retornando na restauração da Capela. 
Quando da nomeação de uma Comissão presidida por Genésio Ceolin, designada pelo Governo Municipal (Dec. 027/2008), a capelinha foi restaurada e reinaugurada em 19 de abril de 2009 e, de acordo com o Decreto nº 213/2009, foi concedido permissão de uso, à título precário, da área que foi da antiga Santa Casa de Caridade, à Capelania Militar do Comando da 2ª Bda C Mec, em data de 12 de julho de 2009, com a presença do Arcebispo Militar D. Osvino José Both, tendo como seu primeiro Capelão, o Ten Fabrício do Prado Nunes. Esse jovem Capelão trabalhou muito na restauração da Capelinha. A pequena gruta da N.S. do Horto teve que ser retirada, devido a arvore que existia ao lado, que estava comprometendo, com suas raízes, a estrutura da Capela. O primeiro batizado realizado nesta Capelania foi em 17 de maio de 2009, do menino João Antônio Cardoso Greco. e o primeiro casamento foi em 5 de setembro de 2009, com os jovens Ricardo Sastre Rossi e Carolina Carús. 
Esta Capelania, tendo como atual pároco, o Capelão Ten Itamar de Matos Fiuza, deve permanecer naquele local, onde foi implantado o “Centro Geriátrico Comendador Gabriel Vijande Bermudez”, o qual foi inaugurado em 24 de março de 2010. (Da obra “Uruguaiana na linguagem plástica e histórica”, de Carlos Fonttes e Daniel Fanti; “Padres na Diocese” do Bispo Ângelo Domingos Salvador).


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