sexta-feira, 4 de julho de 2014

Carnaval 2014: ‘Empresa de assessoria’ conduziu carnaval à bancarrota


A Comissão do Carnaval, assessorada pelo “maquiador” Luiz Henrique Fanti, da secretario da Fazenda do Município, está prestando contas da gestão deficitária a frente do Carnaval deste ano. 
O evento contou com adiantamento de verba para as Escolas de Samba, e também com rombos financeiros perpetrados no seio da Comissão de Carnaval que foram parar na Delegacia de Polícia. Segundo o presidente da Comissão, Eloy Trojan, uma ex-funcionária da Comissão, é suspeita de haver afanado R$ 15 mil da organização do evento. Estranhamente, a mesma funcionária acusada de desvios também consta como prestadora de serviços terceirizados, tendo um faturamento extra de R$ 10,9 mil.
Os valores apresentados para a Associação Comercial e Industrial de Uruguaiana (ACIU), com quem o município tem um convênio fraudulento no qual a Entidade presta-se a ser laranja da Comissão de Carnaval, foram apresentados também aos presidentes das escolas de samba em reunião no Salão Nobre da Prefeitura, no final de tarde de ontem, 2/7.
Com uma receita prevista de R$ 2.554.600,00, entre patrocínios, ingressos e concessões, a Comissão realizou apenas R$ 2.129.307,45. A diferença é atribuída ao encalhe de 3.325 ingressos.
Entre os gastos estão mais de R$ 4,5 mil em camisetas e coletes para a própria Comissão do Carnaval, mais de R$ 3,4 mil em camisetas promocionais (apenas oito foram vendidas. A Corte do Carnaval, da qual faz parte até um Vereador, consumiu R$ 35 mil entre cachê, fantasias e até locação de veículos.A sede da Comissão consumiu outros R$ 26 mil, e chama a atenção o pagamento de R$ 25 mil relativo a despesas do Carnaval de 2013. Até o Camarote Golg, que arrecadou oficialmente R$ 13 mil com 37 ingressos abonados, embora a presença fosse bem superior, teve um custo de R$ 16,5 mil. Os eventos menores, com receita própria e criados para promover e divulgar o evento principal, como a Feijoada do Carnaval, também incrementaram o prejuízoe, mesmo com resultado negativo, foram repetidos.
Sem suportar os próprios gastos, o Carnaval também foi utilizado demagogicamente para agradar a Brigada Militar, imputando, em última instância, às Escolas de Samba, um custo adicional de R$ 28 mil na doação de um veículo à Corporação.
Contudo, a mais absurda despesa foi a inédita contratação da assessoriaque conduziu o evento à bancarrota ao custo escriturado de, nada menos que R$ 149.476,01, correspondente a quase 7% do faturamento (ou metade da despesa da própria Comissão) e superior a própria dívida do evento, e que tem grande possibilidade de ser mantida na gestão da Festa. É bom destacar que a assessoria foi arquitetada em conjunto com as próprias Escolas de Samba para remunerar o presidente da Comissão do Carnaval 2013.
No final da conta, as Escolas receberam 85% do faturamento, e restou uma dívida de R$ 129 mil, dos quais R$ 114 mil de dinheiro público proveniente dos impostos pagos pelos cidadãos uruguaianenses e irresponsavelmente emprestados às escolas de samba através da associação laranja do carnaval, com a aquiescência dos representantes do povo, os Vereadores, e R$ 15 mil com a RBS TV, único veículo de comunicação privilegiado com verba para divulgação publicitária, sendo que os demais veículos de Uruguaiana o fazem gratuita e incansavelmente, sem custo direto às Agremiações.

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