sexta-feira, 4 de abril de 2014

Sessão alusiva ao Golpe Militar gera polêmica na Câmara

Um requerimento simples e que não trazia motivos para grandes divergências acabou gerando uma discussão tão intensa durante a sessão ordinária desta terça-feira, 1/4, que o presidente da Câmara, vereador Ronnie Mello (PP) teve que suspender os trabalhos a fim de que fosse possível um entendimento.
O referido requerimento é de a utoria do vereador Marcelo Lemos (PDT) e solicita a realização de uma sessão especial alusiva ao Golpe Militar de 1964, que estabeleceu o regime militar no Brasil e completou 50 anos na última segunda-feira, 31/3. Protocolado no último dia 25, o requerimento estava na pauta de última quinta-feira, 27/3, mas foi retirado. Os parlamentares optaram por esperar o retorno do Vereador que estava em Porto Alegre, “ao invés de votar e talvez rejeitar”, justificaram. Segundo eles, o material não estava suficientemente claro e não havia sido entendido, o que não foi aceito pelo pedetista. “É democracia, quem quiser votar contra pode votar, mas não me venha dizer que não entendeu porque na segunda-feira (24/3) conversei com cada um dos colegas e expliquei”, disse Ele. Adalberto Silva (PP) e Fernando Tarragó (PSDB) ‘chiaram’. Alguns dos parlamentares entenderam que se tratava de uma comemoração ao Golpe e alegaram que tal fato, que deixou tantos mortos, não poderia ser comemorado. Lemos rebateu. “É uma sessão alusiva. Não é uma comemoração, não é uma homenagem ao fato. Mas isso aconteceu e precisa ser lembrado. A luta pela democracia precisa ser lembrada”, afirma.
Durante os debates referentes ao requerimento, o vereador Irani Fernandes (PP), que é militar da reserva e vivenciou a época, se posicionou favorável a uma sessão especial, com algumas condições. Ele destacou que havia dois lados e que os dois deviam ser ouvidos. Rafael Alves (SDD) sugeriu que o prefeito de Uruguaiana em 1963, Izabelino Buldain Abad, que foi deposto e preso, seja simbolicamente reconduzido ao cargo. Considerando as limitações de Abad, que está com 96 anos, Josefina Soares (PP) sugeriu que os parlamentares poderiam entregar, até mesmo em sua residência, uma placa ou certificado ao Prefeito deposto. “Outra figura de extrema importância e que queremos que participe desta sessão é o coronel Antônio Augusto Brasil Carús, que posteriormente inclusive, foi eleito prefeito democraticamente”, comenta Lemos.
Depois de muita discussão, o projeto foi aprovado por unanimidade, em uma sessão que contou com a presença dos 11 parlamentares uruguainenses. No entanto, algumas questões foram acrescentadas, como a homenagem à Izabelino Abad. A sessão deverá contar ainda com a presença de um historiador e será realizada no próximo dia 24. 

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