domingo, 16 de fevereiro de 2014

Criança de dez meses espera Estado e Município cumprirem determinação judicial


Depois de várias cirurgias, Robert Maia de apenas 10 meses de vida aguarda que Estado e Município cumpram determinação judicial e garantam o tratamento à ele em Uruguaiana. O pequeno menino sobre da mais graves das cardiopatias e sua sobrevivência depende do uso continuo de equipamentos. Atualmente Robert está internado no Hospital da Criança Santo Antônio, em Porto Alegre, mas já recebeu alta, pois sua situação de saúde é definitiva e seu tratamento deve ser realizado em casa. Mesmo a família tendo obtido vitória na Justiça, Estado e Município ignoram a situação da criança e se concentram num jogo de transferência de obrigações. 
Para voltar para casa, ele precisa de um quarto equipado com aparelhos indispensáveis, além dos cuidados de uma equipe multidisciplinar. Sem condições de bancar o padrão de cuidados home care (serviços da área de saúde em ambiente extra-hospitalar), a família já venceu a causa na Justiça e aguarda que o Estado ou o município tomem providências.
Em 29 de janeiro, o juiz da comarca de Uruguaiana deferiu obrigações às secretarias de Saúde do Rio Grande do Sul e de Uruguaiana. Além dos medicamentos, o magistrado ordena que os órgãos paguem itens para o tratamento da criança como gaze e seringas, além de equipamentos como tubo de oxigênio. Também determina a oferta gratuita de fisioterapia respiratória, fonoaudiólogo, enfermeiro e avaliação médica.
Integrante da equipe de Cardiologia Pediátrica do Hospital Santo Antônio, da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, a médica intensivista Aline Botta diz que Robert já contrariou todas as expectativas dos médicos e agora precisa ir para a casa, já que, no hospital, é grande o risco de contrair novas infecções.
Segundo o prefeito Luiz Augusto Schneider, que só tomou conhecimento do assunto nesta semana, cabe ao Estado arcar com os custos, com contrapartida do Município. Ele determinou que a secretária Saionara Marques busque providências junto a Secretaria de Saúde do Estado. Schneider garante que se o Estado não se responsabilizar, o município vai arcar com compra dos equipamentos, porém não tem previsão para compra dos aparelhos. 

O PÉRIPLO

• No dia 3 de abril, Robert nasceu de parto normal com 41 semanas de gestação. Foi direto para a UTI e aguardou leito para ser transferido para Porto Alegre até o dia 20 daquele mês, quando foi transportado para a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.

• Em seguida, passou pela primeira cirurgia para melhor distribuição do fluxo sanguíneo.

• Em junho, teve alta, embarcou em um carro da família e foi para Uruguaiana.

• Muito magro, pois a doença fazia com que consumisse muita energia, impedindo-o de absorver corretamente os nutrientes, em agosto, teve de retornar à Capital. Mais uma cirurgia de alto risco foi feita.

• Ficou entubado na UTI até dezembro, quando passou por uma traqueostomia (procedimento cirúrgico no pescoço que estabelece um orifício artificial de respiração pela traqueia).

• No final de dezembro, foi liberado para o quarto, onde está em isolamento em virtude da aquisição de uma superbactéria.

• Hoje, o quadro de saúde é estável, e a alta ainda não foi dada por causa da falta de aparelhagem para recebê-lo em casa.

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