terça-feira, 12 de agosto de 2014

Brasileiros estão poupando menos em todas classes sociais

A parcela de brasileiros que poupam caiu em 2014 em todas as classes sociais, aponta o Indicador de Educação Financeira (Indef), divulgado nesta quarta-feira (6) pela Serasa Experian e Ibope Inteligência.
De acordo com a pesquisa, a parcela de poupadores entre os mais endinheirados (que recebem mais de 10 salários mínimos) caiu significativamente, de 76% para 57%, entre 2013 e 2014. Na outra ponta, entre quem ganha até um salário mínimo, o nível de poupadores caiu de 18% para 17%. Nas faixas intermediárias de renda as quedas foram de 26% para 25% entre quem ganha de um a dois salários, de 43% para 36% entre quem ganha de dois a cinco salários e de 59% para 45% entre os que recebem de cinco a dez salários mínimos.
De acordo Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, fatores como o aumento da inflação e a queda do endividamento da população em 2014 foram responsáveis pela redução da poupança. Isso porque, com menos dívidas a serem sanadas, a necessidade de poupar diminui, explicou.
Nos anos anteriores houve um crescimento acelerado no consumo, que não era sustentável. A partir do final de 2012 aconteceu um processo acentuado de regularização de pendências. Para sair da inadimplência, as pessoas precisam regularizar o caixa e fazer poupança. A necessidade de gerar poupança neste ano foi menor porque a inadimplência reduziu, disse. Ainda segundo ele, no começo deste ano a inflação foi mais alta que no mesmo período do ano passado.
Satisfação em gastar
Aproximadamente um terço da população concorda que normalmente fica mais satisfeita em gastar dinheiro no presente do que poupá-lo no longo prazo, aponta a pesquisa. A parcela é de 36% entre os que têm 16 a 24 anos e de 30% entre quem tem 55 ou mais. A menor parcela, de 29%, foi registrada entre quem tem de 45 a 54 pontos.
O estudo diz, ainda, que 41% dos jovens de 16 a 24 anos concordaram que têm tendência a comprar de forma espontânea e imediata, sem pensar muito. A parcela cai para 23% entre quem tem mais de 55 anos.
Educação financeira
A pesquisa também aponta que brasileiros entre 16 e 24 anos tiveram nota abaixo da média no quesito de educação financeira, registrando queda na pontuação em relação a 2013.
Entre quem tem 16 e 17 anos, o Indef ficou em 5,5 pontos em 2014, sobre 5,9 em 2013. Entre quem tem de 18 a 24 anos, caiu de 5,9 para 5,8 pontos. Nas demais faixas etárias, o indicador ficou estável ou caiu no período, mas ficou sempre acima de 6 pontos. A melhor pontuação é a das pessoas com idade entre 55 a 64 anos, com 6,2 pontos em 2014 (o mesmo nível de 2013).
À medida que as pessoas ficam mais velhas, nota-se uma melhoria da educação financeira, destaca a pesquisa. A média de nota dos brasileiros ficou em 6. Metade da população do país teve nota de 0 a 6 e somente 3% atingiu nota superior a 8, diz a pesquisa.
O Indef trabalha em uma escala de 0 a 10, quanto maior o índice, maior o nível de educação financeira. Para a pesquisa, foram entrevistadas 2.002 pessoas no primeiro semestre deste ano em 140 cidades de todos os estados mais o Distrito Federal.
De acordo com a Serasa, o indicador é composto por três subíndices: conhecimento (peso de 26%), atitute (24%) e comportamento (50%).

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