A Controladoria-Geral da União (CGU) acaba de divulgar um levantamento que atesta a incapacidade do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) em fiscalizar a execução de obras. Elaborado por Tarcísio Gomes de Freitas, auditor da CGU, o estudo realizado em dezembro de 2011, revela que para cumprir toda a demanda de serviços solicitados pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o órgão deveria contar com 6.861 funcionários. Algo bem diferente da realidade, já que o departamento tem 2.695 servidores ao todo. Ainda de acordo com a pesquisa, mais da metade do pessoal passou dos 51 anos de idade e um terço já tem ou terá, até 2016, condições de se aposentar. Além disso, projeção indicada no estudo mostra que, sem concurso público, 43% do pessoal vai debandar até 2015, restando 1,5 mil em atividade num contexto em que, ano a ano, o orçamento cresce. O Ministério do Planejamento não tem previsão de abertura de vagas. Segundo o levantamento, o problema não é só a quantidade, mas o perfil do pessoal. Mais da metade é de nível intermediário e atua em funções administrativas e de apoio. Em todo o País, o Dnit tem 126 porteiros no Brasil e só 9 contadores. Em Brasília, trabalham três contadores, com 597 processos de prestação de contas atrasados. Há ainda 131 datilógrafos no quadro do departamento, ante 10 técnicos de estrada e 8 tecnologistas, encarregados de avaliar a qualidade do material e dos serviços empregados em obras."Este desbalanceamento dificulta o cumprimento das tarefas, prejudica o desempenho global e escraviza a autarquia, que fica dependente de terceirizações para o desempenho de suas atividades", constata o estudo, que aponta deficiências também em área crucial para o controle da corrupção.
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