quinta-feira, 11 de maio de 2017

Cinco bebês morrem e mães acusam Santa Casa de negligência


Um momento que deveria ser de alegria para várias famílias, tem se tornado de muita tristeza e revolta, isso porque, nos momentos finais da gravidez, já com fortes dores, gestantes que teriam seus partos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e procuraram atendimento no Hospital Santa Casa de Caridade de Uruguaiana, foram atendidas e liberadas e, quando retornavam devido as dores, já havia passado da hora do parto.
Pacientes relatam em redes sociais o atendimento do corpo médico da Santa Casa. “O que está acontecendo com a Santa Casa (maternidade)? Minha amiga ficou três dias indo e vindo pra casa com dores fortes com muito sangramento e o doutor de plantão achar tudo isso normal deixar ela em observação apenas, fazer ela sofrer com 39 semanas e simplesmente só fazerem uma cesárea quando eles percebem que o coração da bebê não está mais batendo. O que isso, estão brincando com vidas”, escreveu a internauta Eliz Camargo.
O internauta Reinaldo Charão também comentou: “Minha comadre, pessoal, hoje teve seu bebê tirado sem vida. Alguns dias ela vinha peregrinando na Santa Casa. O bebê havia parado de se mexer na barriga e mesmo assim ela era mandada embora. Tragédia anunciada pelas denúncias que vínhamos acompanhando. Até quando o Hospital de Uruguaiana continuará matando bebês? Mais uma vida ceifada pela negligência!”, frisou.
Olga Acosta, comentou que “isso não é de agora. Sempre foi assim. Grávidas dependem da sorte e da boa vontade do plantonista (...) a ser que pague pelo atendimento. Aí as coisas mudam bem ligeiro”, disse.
Nossa equipe de reportagem apurou que cinco mães tiveram seus bebês natimortos nos primeiros dez dias deste mês de maio. Além disso, as gestantes dizem ter sofrido pressão psicológica. “O médico gritava com as mães gestantes. Diziam “o que você quer tendo filho com essa idade?, Já não chega os que você tem?”, disse a acompanhante de uma paciente que pediu para manter sua identidade protegida.
 
“Plano de saúde”
Às 17h de ontem, o prefeito Ronnie Mello, também por aconselhamento médico, tomou a melhor decisão em prol da vida de seu primogênito, João Antônio, que sofreu uma parada cardíaca, removendo-o para o Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, em busca de atendimento qualificado.

“Caixa preta”

Procurados pela reportagem, o provedor da Santa Casa, advogado Eduardo Velo, e o administrador Geovane Cravo, mas ambos não atenderam ou retornaram as ligações. O Assessor de Imprensa, Everaldo Jaques, disse que informaria o nome e telefone do responsável pela obstetrícia, mas até o fechamento desta edição, não o fez.

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