terça-feira, 28 de abril de 2015

Paralisação – é só o começo: Governo do RS está de costas para Uruguaiana

Os agentes da Polícia de Civil de Uruguaiana vão aderir à paralisação anunciada a nível estadual na próxima terça-feira, interrompendo os trabalhos e mantendo apenas o atendimento aos flagrantes. 
Em todo o Rio Grande do Sul, policiais sofrem com a falta de equipamentos, salários defasados e falta de pessoal nas delegacias.
Em Uruguaiana, a calamidade é explicita diante dos números apresentados pela área de segurança nestes quatro primeiros meses do ano. No feriadão, o município registrou o 9º homicídio de 2015, sendo que cinco deles estão sob a investigação da 1ª DP, um com a Delegacia da Mulher e três com a 2ª DP. A falta de policiais nas delegacias da cidade dificulta as investigações e impede que a Polícia possa dar uma resposta à sua comunidade. 
Na 1ª Delegacia de Polícia, responsável pelas investigações de cinco dos nove homicídios registrados neste ano, seis policiais estão lotados, dois deles em licença. O ideal era que a DP contasse com pelo menos dez agentes. Já a Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente conta com quatro policiais. Um número vergonhoso diante dos índices de criminalidade envolvendo adolescentes em Uruguaiana. 
A Defrec, responsável pelo combate ao tráfico drogas e roubos conta hoje com cinco policiais. Por ser Uruguaiana uma cidade de fronteira e corredor para o tráfico de drogas, o ideal é que a Delegacia pudesse contar com pelo menos 10 policiais. 
O descaso do Governo vem de longa data. Apesar de o município ter sido contemplado com a Delegacia da Mulher, a estrutura montada pelo Estado está longe de ser a necessária para atender a demanda de ocorrências de crimes praticados contra as mulheres. 
Outra situação que chama a atenção é o fato da Delegacia Regional da Polícia Civil estar situada em Alegrete, onde os índices de criminalidade são consideravelmente inferiores aos de Uruguaiana. Vale destacar que é aqui que está instalada a sede do 1º Batalhão de Polícia da Brigada Militar, o que facilitaria um trabalho integrado entre as polícias. 
Além da ignorância da Secretaria de Segurança do Estado quanto à situação calamitosa enfrentada no setor em Uruguaiana, chama a atenção o silêncio das autoridades políticas do município quando o assunto é segurança pública. Deputado, prefeito e vereadores assistem calados, vidas serem ceifadas pela bandidagem. 
Os agentes da Polícia Civil cruzarão os braços na terça-feira em protesto a este descaso. Resta saber quando os políticos vão descruzar os seus e começar a trabalhar pela segurança em Uruguaiana.

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