Após a prisão de dois homens suspeitos de sacar benefícios ilegalmente em uma agência da Caixa Econômica Federal em Porto Alegre, a Polícia Civil acredita ter identificado um esquema de fraude ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) na Região Metropolitana. Com documentos, atestados médicos e exames falsos de soropositividade para o vírus HIV, pelo menos 10 pessoas teriam encaminhado o saque integral do benefício recentemente. A polícia não descarta uma ligação entre elas, constituindo assim uma quadrilha especializada no crime.
“Existem indícios fortes de que outras pessoas tenham feito a mesma coisa, dizendo serem soropositivos para obter o FGTS. Os casos de fraude que detectamos são relacionados à Aids que, via de regra, é mais simples fraudar um exame de laboratório”, afirma o delegado Tiago Baldin, titular da 14ª Delegacia de Polícia. “Estamos investigando a relação delas em um possível esquema de fraude em grupo. As investigações ainda são iniciais. O número total de beneficiados com o esquema será apurado com a Caixa”, acrescenta o delegado.
As prisões ocorreram após um atestado falso de soropositivo ser apresentado em uma agência da Caixa, em Porto Alegre para um saque de R$ 25 mil, referente a antecipação do FGTS de um deles. O primeiro suspeito foi preso dentro do banco, após funcionários desconfiarem da legimitidade do documento. Depois do flagrante, policiais convenceram o homem a colaborar com as investigações e indicar onde estava o outro suspeito de apoiar a ação. Ele foi localizado na BR-116, em Novo Hamburgo. Os dois suspeitos vão responder por falsificação de documentos e estelionato. As penas podem chagar a 11 anos de reclusão. Os atestados dos dois foram obtidos com assinaturas falsas de uma médica da Secretaria Municipal de Saúde de Novo Hamburgo, no Vale do Sinos. “O atestado de Aids possibilita que o beneficiario encaminhe a documentação para ter o saque integral do FGTS. Isso é uma fraude ao FGTS. Então, temos uma vítima direta, o FGTS, e uma indireta, que é a Caixa, que administra o fundo”, explica Baldin.
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