UM TEMPLO DE TRADIÇÕES

Fundação do CTG Patrulha do Oeste, em 15 de janeiro de 1954.

O culto das tradições em nossa cidade tem resgatado em seu baluarte, a preservação de nossa história, do uso e costume do povo gaúcho nesta fronteira, com iniciativa de nossos Centros de Tradições Gaúchas. 

O tradicionalismo, ou o movimento tradicionalista, desde 1947, quando se oficializou, tem, através dos tempos, se impulsionado no resgate da verdadeira identidade cultural do estado, como um órgão perfeitamente social, com características de natureza cívica, ideológica, doutrinária, onde nos coloca, perante o mundo inteiro, no patamar panorâmico da vida Sul Riograndense. 

A cidade de Uruguaiana, sempre esteve voltada para o nosso tradicionalismo e não poderia deixar por menos, visto que por aqui, pelos idos de 1891 serviu como Capitão do Exército, JOÃO CEZIMBRA JACQUES, hoje patrono espiritual do tradicionalismo e em 1940, um jovem estudante do Colégio União, JOÃO CARLOS PAIXÃO CORTES, já se manifestava nos “saraus” daquele educandário recitando poesias de cunho regional. Ali, naquele “BAIO VELHO”, como ele mesmo denominara. Mais tarde, por 1947 aquele jovem com outros colegas do Colégio Julio de Castilho, de Porto Alegre, com os olhos voltados para a preservação de nossas lides campeiras, a “pata de cavalo” resgatam para a história o nosso tradicionalismo sul riograndense, surgindo então o MOVIMENTO TRADICIONALISTA GAÚCHO.

Possuímos hoje dois grandes Centro de Tradições Gaúchas e muitos piquetes que continuam as nossas tradições, para que não se percam na poeira da história; sendo o CTG PATRULHA DO OESTE, o mais antigo da cidade que, no dia 15 deste mês completou seu 60º aniversário de fundação. E sua patronagem, tendo a frente seu dinâmico Patrão, PATRÍCIO SALGUEIRO MADEIRA não deixando desapercebida tão importante data, programaram uma extensa atividade cultural e social naquele CTG, desde sua data magna estendendo até o dia de hoje, sempre com o pensamento de “Tudo pela Querência”, culminando, inclusive, com a data da posse da nova patronagem que terá à frente o gaúcho JOÃO SÉRGIO PETROCELE RIOS. 

A fundação do CTG PATRULHA DO OESTE, deve-se ao grande entusiasmo de intelectuais da cidade, como escritores, jornalistas, poetas e homens ilustres da época que, sentindo a necessidade de preservar o uso e costumes de nossa gente, lutaram em prol de um Centro de Tradições. Podemos citar a primazia do ilustre escritor uruguaianense, Hugo Ramires, que foi um grande incentivador do nosso tradicionalismo.

Para a criação desse CTG, foi enviado ao CTG 35, de Porto Alegre, o jovem LUIZ ALBERTO IBARRA, em companhia de ROBERTO ABBAD, para efetivar a criação de um Centro de Tradições em nossa cidade, cujos trabalhos já vinham sendo amplamente divulgado em nossa sociedade, com reuniões sistemática na então Biblioteca “Gen. Valentim Benício da Silva”, do Clube Caixeiral.

Foi exatamente na data de 15 de janeiro de 1954, quando numa dessas reuniões, organizaram a primeira Diretoria Provisória, que ficou assim constituída: Presidente: Jornalista ARGEU VEIGA. Secretário: ARTUR GARCIA (mosquito) e demais membros: MARIO BRACCINI, MARIO DINO PAPALÉO e JOÃO CARLOS ABBAD. 

Essas reuniões revestiram-se de grande entusiasmo na sociedade uruguaianense: palestras foram proferidas, horas de artes, declamações que contaram com grande número de autoridades, intelectuais, entidades educacionais e de classe. A comissão organizadora, na pessoa de Argeu Veiga, recebeu inúmeras adesões e congratulações, entre elas um telegrama de Flores da Cunha, com o seguinte teor: “Uruguaiana – Rio = Declaro-me solidário com digno patrício na iniciativa aí fundar Centro de Tradições Gaúchas. Contai comigo – Muitos abraços – Flores da Cunha”.

Dentre os diversos nomes apresentados para o novo CTG, o Cel. Flodoardo Martins da Silva sugeriu e foi aprovado o nome de “PATRULHA DO OESTE”, que foi vivamente aprovado de imediato. E como lema “TUDO PELA QUERÊNCIA”, iniciativa do Dr. Dalton Rosa, também foi aceito. Foram ainda, aclamados como Presidente de Honra do centro, os Srs. Cel. Flodoardo Martins da Silva, Major José Câmara Guimarães, Hermes Pinto e Manoel Adolfo Soares, gaúchos da velha guarda com inestimáveis serviços prestados à cultura e as tradições do município.

No dia 24 de março de 1954, foi eleita a 1ª Patronagem do CTG: Patrão: Cel. Flodoardo Martins da Silva. 1º Vice: Dr. Lauro Antunes. 2º Vice: jornalista Argeu Veiga. 3º Vice: Mario Dino Papaléo. Secretário Geral: Acadêmico Mario Braccini. Secretário auxiliar: jornalista José Carlos Abbad. Tesoureiro geral: Dr. Dalton Rosa. Tesoureiro auxiliar: Ismael Salgueiro de Souza e Bibliotecários: Dr. Telmo Martins Bastos, Vereador Celso de Almeida Jacques e Cap. Ângelo Correa Neto.

O quadro de Presidente de honra ficou assim constituído: Major José Câmara Guimarães, Sr. Nelsis Pinto, Pedro Coutinho da Silva, Augustinho Rodrigues, Cel. Flodoardo Martins da Silva, Dr. João Fagundes e Hermes Pinto. 

Em 20 de setembro de 1956 era cravado o palanque de guajuvira no local da futura sede, a Rua 7 de Setembro, na pracinha Argentina, onde mais tarde foi criada uma creche, permanecendo naquele local até 1986 quando então, mudou-se definitivamente para o seu atual local. 

Durante seus sessenta anos de existência, passaram por este “Templo de Tradições Gaúchas”, diversos “Patrões” que conduziram a chama do nosso tradicionalismo, dos quais podemos citar pela ordem: ARGEU VEIGA, CEL FLODOARDO MARTINS DA SILVA; CEL BRASIL LAGO; ELPIDIO CANAPARRO; AFONSO DEPEDRINI; AMÉRICO BRAGA CORREA E SILVA; ANTONIO LUIZ F. DA FONSECA; HERCULANO JACQUES; JOSÉ ANTONIO FARIAS; CARLOS ANDRÉ SILVA DA COSTA; LUIZ CARLOS GIDIEL SALDANHA; SILVIO GONÇALVES DOS SANTOS; NELIO SALGUEIRO DE SOUZA; ANTONIO GONÇALVES DOS SANTOS; ELCIO LOCATELLI; IVONÉ EMÍLIO COLPO; ADAIR BISCAINO FONSECA; DIRCEU OLIVEIRA; JOSÉ MAICÁ MEDEIROS; ORVANDIL NUNES DE FREITAS; PATRÍCIO SALGUEIRO MADEIRA; GLACIRA SILVA DOS SANTOS; PAULO LAUTERT; GILMAR WILLIANS; EDEVAR SALGUEIRO e atualmente o Patrão PATRÍCIO SALGUEIRO MADEIRA que entrega, nesta data, as chaves da cancela do CTG ao novo dirigente, JOÃO SERGIO PETROCELI RIOS.