quarta-feira, 19 de março de 2014

Coluna do Magrão

Chegou a hora

Começa o carnaval fora de época, e garantem os mais entusiasmados que com qualquer tempo, pois a época é de instabilidade. Até música existe no cancioneiro popular sobre as águas de março, além da possibilidade de frio, aliás, nesta véspera de desfile até a previsão do tempo gera confusão: se não for favorável, culpa-se até a fonte por desejar mal ao carnaval. À flor da pele, assim está o mundo carnavalesco nesta véspera de entrada na avenida, avenida esta que tem mais chamado atenção para o carnaval do que as escolas de samba.
Agora está tudo pronto, até o trânsito organizou-se, está restrito, mas com fluxo. O que não se tem resposta, ou não se consegue resolver, é a questão do que pode e não pode levar para a avenida. Este assunto parece não ser importante. As dificuldades se dão por todas as ordens. A Comissão do Carnaval não domina o assunto, e não contrata divulgação. O trânsito das coisas públicas do carnaval parece não ser de muito interesse nas pautas da nossa mídia. Registrar a insatisfação de foliões intempestivos e agressivos prometendo confusão nas portarias por conta da proibição parece ser demonstração mais de audiência, do que serviço de informação.
A rejeição pela população do acordo feito entre carnaval e patrocinador, proibindo o consumo de bebida e comida dentro da passarela, é mais forte que qualquer justificativa ou explicação. O povo do carnaval não quer saber se foi feito ou não foi feito o acordo. A má vontade e a opinião formada dificultam o entendimento deste assunto.
As escolas de samba, por sua vez, parecem ter resolvido, como sempre, seus problemas. A Cova da Onça pagou o atelier que confeccionou 1.300 fantasias no Rio de Janeiro, e garante a cariocagem no seu desfile. O Marduque, por estar pronto, garante o espetáculo na passarela. Os Bambas da Alegria, pela sua juventude e organização, consegue a cada ano gerar expectativa. O Rouxinól tem tudo a ganhar com este carnaval, pois até então não tinha nada - os verdes foram o mico deste verão atípico. Aliás, o Rouxinól defende a excelência do carnaval local este ano com o trabalho do intelectual do samba uruguaianense, professor João Carlos da Nova. Chegou a hora.


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