sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Sobrevivente da Kiss é ouvido em Uruguaiana

O juiz da 1ª Vara Criminal de Santa Maria, Ulysses Louzada, responsável pelo caso da boate Kiss, esteve em Uruguaiana nesta terça-feira, quando participou de audiência no Fórum e ouviu um dos sobreviventes do incêndio. Pedro Henrique é paranaense e mora em Uruguaiana, mas estava na cidade de Santa Maria naquela última semana do mês de janeiro visitando a namorada. 
Em depoimento, Pedro Henrique disse que saiu da boate assim que o fogo começou, porém no início dos gritos imaginou se tratar de uma brincadeira. 
“Quando começou a movimentação dentro da boate, achei que fosse brincadeira. Não tinha a dimensão”, contou. 
Mesmo sendo um dos primeiros a sair, o sobrevivente relatou ter tido dificuldades para encontrar a porta de entrada e saída, a única da casa de eventos. “O rapaz contou se tratar de um labirinto. Relatou ter demorado em torno de 50 segundos para chegar a porta. Na saída, ajudou encaminhar vítimas às ambulâncias e táxis e viu muitas pessoas caírem aos seus pés”, disse o promotor de Justiça Rodrigo Vieira, que acompanhou a audiência nesta terça. 
Apesar de já ter ido à boate antes da tragédia, o estudante não se lembrou das reformas feitas no local, tampouco se havia placas de sinalização, extintores de incêndio e uma saída de emergência. Assim como vários outros depoentes, disse que as barras de ferro que ficaram em frente à boate dificultaram a saída.
Uma audiência que também seria realizado na terça em Quaraí, não ocorreu porque o jovem optou por depor em Santa Maria. Ainda serão realizados três depoimentos no Norte do estado até o final do mês, em Horizontina e Frederico Westphalen, no dia 29, e em Passo Fundo no dia 30. Porto Alegre terá uma nova audiência em 22 de novembro.
Dos 154 sobreviventes indicados, 88 foram ouvidos. Além dos que ainda não falaram, 23 não foram localizados. A polícia tem até o dia 18 de novembro para achar os sobreviventes. Caso contrário, a fase de oitivas de vítimas será encerrada.
A Kiss apresentava uma série das irregularidades quanto aos alvarás, havia superlotação no dia da tragédia, com no mínimo 864 pessoas e a espuma utilizada para isolamento acústico era inadequada e irregular. Ainda, as grades de contenção (guarda-corpos) obstruíram a saída de vítimas.


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