A demanda por milho deve continuar forte no mercado internacional em 2011. Analistas afirmam que a tendência é que os preços do grão permaneçam em alta. Apenas em março, o Brasil exportou 16% a mais do que no mesmo mês do ano passado.Analistas afirmam que com o aumento das exportações, o mercado interno do milho não deve ser pressionado durante o período da safra, fato que acontece todos os anos. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em março foram exportados 392,5 mil toneladas, uma alta de 16% na comparação com março de 2010. No acumulado do ano, foram embarcados 2,6 milhões de toneladas do grão, quase um milhão de toneladas a mais do que no mesmo período de 2010 (1,7 milhão ton).
– Como o mercado tem essa expectativa de que o mercado de exportação continue sustentado, os preços não despencam por conta da safra. Isso é bom para o produtor, porque ele vê muito essa oscilação de preços. Então fatores que contribuem para uma sustentação de preços são sempre positivos – diz o analista de mercado Amarilys Romano.
O milho mais caro no mercado internacional refletiu na receita com as exportações do produto. O faturamento em março ultrapassou US$112,6 milhões, ficou 53,1% acima do registrado no mesmo mês do ano passado. O preço médio do milho brasileiro exportado em março, US$287,00/tonelada, subiu 8,5% em relação a fevereiro. Na comparação com o mesmo período de 2010, o grão está 65% mais caro.
– No Mato Grosso, o produtor vem aproveitando os preços dos últimos meses e vem antecipando a comercialização da safra, a segunda safra, chamada safrinha. Tanto é que a notícia é que 30% da safra de Mato Grosso já foi comercializada – completa o analista de mercado Sebastião Gulla.
Para o especialista, o mercado interno está aquecido, mas a oferta ainda é apertada. Mesmo assim o cenário internacional continua firme, principalmente por causa da China, que deve importar este ano cerca de seis milhões de toneladas de milho.
– Nós temos uma produção maior que o nosso consumo, nós dependemos das exportações para que se mantenha um preço competitivo para o produtor. No momento, o preço é muito bom para o produtor, o cenário internacional não sofreu modificações e esse preço deve continuar, pelo menos, durante este ano – acrescenta Gulla.
Agora o mercado espera o próximo levantamento sobre a expectativa de safra dos Estados Unidos, maior produtor mundial de milho. Na última semana, o Departamento de Agricultura do país (USDA) divulgou dados que mostram estoques muito apertados e uma queda na área plantada. Os analistas acreditam que, independente da colheita norte-americana, os preços do milho devem se manter em alta este ano.
– Eu não vejo muito “viés” de baixa no mercado internacional, a não ser uma menor safra a ser colhida no Hemisfério Norte a partir de setembro. Até lá a gente tem que se aproveitar dessa brecha de mercado e estabelecer de fato o milho brasileiro como uma boa opção de origem no mercado internacional – diz Romano.
– Qualquer que seja o cenário americano, nós teríamos tranquilidade e teríamos mercado para o nosso produto sem nenhuma dificuldade – conclui Sebastião Gulla.
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