sábado, 23 de abril de 2011

Médicos usam faixas pretas e decretam estado de greve

Os médicos plantonistas das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) da Santa Casa de Uruguaiana aprovaram, em assembleia na noite de terça (19), estado de greve. A atitude é uma reação ao atraso de dois meses no pagamento dos salários e um repúdio às precárias condições para exercer a Medicina na instituição. A decisão foi tomada por unanimidade em plenária ocorrida na sede da Delegacia do Sindicato Médico do RS (SIMERS) no município.
“Mesmo estando há dois meses sem ter as remunerações a que têm direito como qualquer trabalhador, os plantonistas vão manter as escalas devido à essencialidade do serviço", esclarece o representante do Sindicato Edson Prado Machado. O dirigente cita que alguns intensivistas não possuem nem mesmo vínculo empregatício, não tendo acesso a férias, décimo terceiro salário e demais direitos.
Os cerca de 20 profissionais que atuam nas áreas adulta, pediátrica e cardiológica também usarão tarjas pretas nos jalecos, um protesto ao desrespeito e descaso da direção do estabelecimento, cuja gestão é nomeada pela prefeitura. “O gesto simboliza a indignação e o luto frente à desvalorização da categoria. A administração pública tenta colocar a culpa pela má gestão sobre os médicos. Isto precisa ter um fim”, destaca Machado.
Na semana passada, o SIMERS denunciou a situação à Delegacia Regional do Trabalho (DRT), que prometeu investigar os fatos e tomar medidas administrativas. A entidade médica esclarece que o estado de greve não causará prejuízos aos pacientes internados nas UTIs. O movimento permanecerá ativo enquanto os pagamentos não forem efetuados. A unidade de adultos está cadastrada na Central de Leitos da Secretaria Estadual da Saúde (SES) para receber doentes de todo o Rio Grande do Sul.

Polícia, socorro
O Ministério Público Federal de Uruguaiana protocolou na última segunda-feira, uma representação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul, contra o prefeito Sanchotene Felice. O documento denuncia o prefeito por improbidade administrativa e abuso de autoridade dentro da Santa Casa de Caridade. De acordo com o presidente do Cremers, Fernando Matos, o prefeito age de maneira agressiva, destrata publicamente as pessoas e assume uma postura ameaçadora. Felice nega qualquer ameaça e diz que em sua vida pública não há registro de agressões, nem de qualquer tipo de inquérito. O presidente do Cremers pede ao Ministério Público, proteção policial aos médicos Luiz Antônio Marty e Fábio Mota.

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