O presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite, defendeu como possível solução para os problemas de caixa das distribuidoras de energia elétrica, a aplicação de um reajuste tarifário extraordinário. Leite fez a proposta após encontro com o ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga, e representantes de associações ligadas ao setor de energia.
Após a reunião, que ocorreu na sede do Ministério das Minas e Energia, Braga disse que ouviu as propostas das distribuidoras e que o governo está trabalhando na busca de uma “solução estrutural” para os problemas do setor.
A sugestão, segundo ele, objetiva encontrar formas de compensar o valor gasto a mais pelas distribuidoras na compra de energia, em razão do baixo volume dos reservatórios das usinas hidrelétricas e da necessidade de acionamento de usinas termelétricas. Para liquidar débitos referentes a novembro do ano passado, as distribuidoras terão de desembolsar R$ 1,6 bilhão. Em relação a dezembro, são necessários mais R$ 900 milhões.
Na opinião de Leite, a medida deveria vir acompanhada também da disponibilização de mais empréstimos de bancos públicos.
“Para a Abradee, o empréstimo é [uma alternativa para lidar com uma situação] emergencial. A revisão tarifária extraordinária é [opção] estrutural e começaria a ser [aplicada] a partir de fevereiro, de acordo com o calendário [de reajustes] de cada distribuidora”, disse Leite. Em despacho ontem entre Braga e a presidenta Dilma Rousseff, ficou definido o adiamento do prazo para pagamento da dívida das distribuidoras, do próximo dia 13 para o dia 30 deste mês. Em geral, as liquidações são feitas dois meses após o mês de referência. “A exposição referente a janeiro será paga em março. Temos, portanto, de desenhar até março a solução. Na terça-feira (13) deveremos avançar na busca por definir essas soluções”, acrescentou o presidente da Abradee.
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