quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Festas de fim de ano são sinônimos de abigeato no Rio grande do Sul


Por Elder Filho
“Sou pecuarista na localidade de Pontas do Salso, município de Santa Margarida do Sul, nossa região é divisa e faz confrontação com os seguintes municípios: São Gabriel, Lavras do Sul, Vila Nova do Sul e Santa Margarida. Desde 2011 passamos a ser assolados por inúmeros abigeatos. Vários produtores foram vitimas onde tiveram seus bois abatidos a tiros, cujo o padrão é sempre o mesmo, um tiro na cabeça depois são sangrados e ficam no local somente as vísceras. O numero também é padrão. Sempre 5 animais. Só de lindeiros, foram 21 bois abatidos, afora os mais distantes. Incluem-se nesta lista o furto de ovinos cujas fotografias lhe enviei. Os prejuízos são alarmantes aliados a preocupação dos produtores pois os autores estão cada vez mais audazes. Fui procurado por alguns produtores, pois sou aposentado da policia civil, e estes julgam que possuo meios de orienta-los. Organizamos uma reunião, independente dos sindicatos, e vamos tentar montar uma vigília nestes meses que antecedem o final do ano. Mas preocupa-nos, pois não temos o poder de policia e por certo os autores andam armados. Recorremos a imprensa, pois possui voz ativa, fala pelo povo, e sei de carreira que os órgão de segurança devem ser provocados, visto a enorme demanda que possuem as cidades e a carência de Policiais e recursos, sei bem pois sou oriundo da policia civil. Preocupa-me mais ainda o descrédito que os órgão de segurança estão tendo. Este tipo de delito vem assolando nossa região há anos. Os prejuízos atingem desde o grande ao pequeno produtor. Veja, desde o ano passado foram 50 bois mortos a tiros, sem contar ovinos. Dia 13 passado, ensaiamos uma reunião com os produtores próximos da nossa região, a mais afetada”.

Este produtor, a exemplo de inúmeros em nosso estado, sofre na carne com o abigeato. Crime, via de regra sem solução. É sabido: Quem rouba um bem, sejam animais ou materiais, tem alguém que está a espera para comprar, receptar. É tão difícil assim localizar estas quadrilhas, que todos os anos praticam, com o mesmo “modus operandi”, este tipo de crime? Os prejuízos, sejam financeiros aos incautos produtores, sejam a saúde da população que vai consumir estas carcaças objeto de roubo, são recorrentes. A eterna reclamação de falta de pessoal e de equipamentos já não é mais aceitável. Se faz necessária uma ação que coíba, peremptoriamente, o abigeato. O apossar-se de bens ou dinheiro alheios parece haver-se estabelecido neste país. Basta. Há que se dar um basta. O depoimento que abre esta narrativa foi dado, em absoluta consciência de incapacidade frente aos fatos, pelo produtor Sérgio Cabreira, de Santa Margarida do Sul. Pasmem: Policial Civil aposentado!!! Não encontrando mais meios, resolveu apelar à Imprensa, aqui não me vanglorio de nada. Fiquei é preocupado mesmo, mas me obrigo a pensar o que leva um produtor a procurar a mídia para que algo, pelo menos, seja feito a respeito. Indignado postei imediatamente no facebook seu pleito. Como um raio guacho Tadeu Vilani e Humberto Trezi - leia-se ZH- entraram em contato e passamos a trabalhar na questão, buscando maiores informações. Nossa tarde de Domingo virou trabalho. E à eles toca a informação jornalística do problema. Senhores!! Isto vale também para nossa região. Tudo se pode, nada se faz contra o poder praticar, livremente, o ilícito. Urge a necessidade de ações práticas, de tomada de posições firmes. Isto tem que acabar. Em tempo, as fotos que ilustram este artigo são, propositadamente para chocar, para estarrecer... quem sabe alguém....

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