terça-feira, 3 de junho de 2014

“Família metralha” tenta passar a lábia em empresários

A Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira, 29/5, três pessoas por uso de documentos falsificados e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.
Aldo Sampaio Raggio, apontado como líder do grupo, o filho Renato Carlos Sampaio Raggio, e o irmão Atílio Renato Sampaio Raggio, foram presos no Hotel Presidente, onde estavam hospedados. Além deles, um argentino e a nora do suposto líder do grupo, esposa de Renato Carlos, também são investigados, porém permanecem em liberdade. “Ela é uruguaia e apresentou documentação daquele país, então ainda vamos ter que checar junto as autoridades uruguaias se tais documentos são verdadeiros”, explica o delegado Vilmar Schaefer.
Com eles a Polícia encontrou carteiras de identidade, CPF’s e passaportes falsificados, além de material indicativo de tratar-se de uma quadrilha de estelionatários agindo para lesar empresários e investidores uruguaianenses.
O grupo estava sendo observado desde a semana passada, a partir de condutas suspeitas denunciadas às autoridades. Segundo a Polícia, os golpes estavam em andamento. “Chamou a atenção o fato de que, diariamente, determinado restaurante da cidade recebia um pedido de refeições no valor de aproximadamente R$ 400, para ser entregue no hotel. Então pensamos ‘tem coisa errada’, e passamos a observar os acusados”, diz o Delegado. Talvez pressentindo as autoridades, o grupo, que estava no Fares Turis Hotel, transferiu-se para o Hotel Presidente, contudo, foi facilmente localizado. 
O golpe
Conforme o Delegado, a investigação policial já apurou que Aldo se apresentava como Luiz Enrique Gonçalves ou Luiz Henrique Gonçalves e que, alegando ter forte influência junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), se oferecia para captar financiamentos junto à Instituição. Para isso, cobrava em média R$ 50 mil, dos quais a metade teria que ser paga adiantada. A Polícia acredita que, uma vez de posse do dinheiro, a quadrilha sumia.
Entre os objetos apreendidos nos quartos em que estavam hospedados estão contratos, dinheiro e carimbos de órgãos como Receita Federal e documentos que apontam que vários empresários uruguaianenses eram alvo da quadrilha, como duas avaliações de imóveis feitas pelas imobiliárias Catto Imóveis e Pereira & Varella, a pedido de Helena Fares.
Aldo era foragido da Justiça, com mandado de prisão em razão de uma condenação por homicídio de trânsito e outra por apropriação indébita. Renato Carlos, que apresentou documentos uruguaios, cuja autenticidade não foi comprovada pela Polícia, portava uma pistola italiana de calibre restrito.
Por volta de 22h de quinta-feira foi concretizada a troca das acomodações hoteleiras para uma soberba cela na Penitenciária Modulada de Uruguaiana. 
Ao final da tarde de ontem, a juíza Michele Wouters concedeu liberdade ao pretenso estrangeiro que portava uma pistola de calibre proibido a civis, enquanto a polícia busca confirmar a autenticidade dos seus documentos, bem como o de sua esposa e filhos (os do pai e do tio já foram confirmados falsos).

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