O presidente do Conselho de Saúde, Renato Correia diz que a falta de iniciativa da secretária Saionara Marquez é o principal motivo de Uruguaiana não conseguir “emplacar” seus projetos junto á 10ª Coordenadoria de Saúde e Conselho dos Secretários de Saúde da Região.
Conforme Renato, dos últimos nove projetos em benefício da Santa Casa de Caridade apresentados à 10ª CRS, apenas dois foram aprovados e o principal problema é a falta de representatividade. “Estamos mal representados. A secretária chega lá e se cala, não tem argumentos para convencer os membros do CRS ou do Conselho de que Uruguaiana necessita de tal serviço ou tem condições de oferecer os serviços”, relatou Renato.
Entre os principais problemas citados por Renato estão a cirurgias eletivas não realizadas em Uruguaiana devido a um entrave entre Município e classe médica, bem como a não liberação de recursos ao hospital por parte do Governo do Estado. Renato explica que baseada num apontamento do Tribunal de Contas do Estado, a Prefeitura cancelou uma gratificação paga mensalmente aos cirurgiões. “Além dos valores repassados pelo SUS, os médicos também recebiam uma espécie de gratificação da Prefeitura, porém em razão de um apontamento do TCE, o prefeito cancelou tal pagamento. Acontece que fomos checar as leis municipais e nos certificamos à existência de uma que regulamenta a situação, ou seja, ao não pagar benefício o Executivo está infringindo uma lei”. Segundo Renato, a lei é do ano de 2010.
Sem receberem a gratificação, os médicos se negam a realizar cirurgias.
Agentes de saúde
O presidente da Comissão Municipal de Saúde, Renato Correia, denunciou também a falta de agentes de saúde na Secretaria. Segundo ele, o município tem 35 agentes no seu quadro de funcionários, sendo estes os responsáveis por levar às residências de Uruguaiana, informações quanto à leishmaniose, dengue, saúde da mulher, entre outros assuntos. Em novembro do ano passado, a Câmara de Vereadores aprovou o projeto de origem executiva para contratação de 300 agentes de saúde. Á época, o prefeito Luiz Augusto Schneider também anunciava a contratação de 27 auxiliares de Saúde Bucal e 27 agentes de combate às endemias. As contratações eram atribuídas ao Programa de Estratégia de Saúde da Família/Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde, Estratégia da Saúde Bucal, junto às Unidades Básicas de Saúde e o cumprimento das Diretrizes do Programa Nacional de Combate à Dengue. Para tais contratações seria realizado processo seletivo.
Passados seis meses do anúncio, o município continua com déficit de pessoal neste setor. “É impossível se prevenir dengue, leishmaniose, gravidez precoce, ou simplesmente coletar dados sobre a saúde da família com 35 agentes. Enquanto uma área está assistida, a outra está abandonada”, disse o presidente do Conselho. Renato enfatizou que diariamente são levadas denuncias quanto a situação do setor de saúde ao Ministério Público.
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