segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Médicos abandonam Plantão e sindicância é instaurada


Após dois dias sucessivos de falhas de atendimento no Pronto Socorro da Santa Casa de Caridade, a administração do hospital decidiu abrir um processo de sindicância interna para apurar com exatidão a razão para os problemas verificados no feriado do dia 1º de janeiro e nesta quinta-feira (2).
O administrador do Hospital, Geovane Cravo, assegurou que caso sejam constatadas as falhas sem justificativas, os profissionais serão afastados de suas funções no Pronto Socorro. “Precisamos de profissionais que sejam comprometidos com a instituição”, garantiu.

Falhas
De acordo com a Santa Casa, no final da manhã de quinta-feira (2), o médico plantonista deixou fichas para serem atendidas pelo seu substituto que assumiria o plantão ambulatorial à tarde. Porém, com a ausência do plantonista do início da tarde, houve o acúmulo de atendimentos em espera, o que gerou mal-estar e reclamações por quem esperava na área amarela (setor ambulatorial). 
Verificada a falta do profissional, imediatamente o setor de Recursos Humanos do Hospital buscou suprir a ausência. De acordo com a secretária do plantonista ausente, este apresentou quadro instável de saúde e não pode comparecer para cumprir a carga horária de trabalho. 
A falta do profissional somente foi suprida após 2h de procura por um médico que estivesse com sua agenda em aberto. Tão logo foi confirmado, o plantonista substituto foi encaminhado ao Pronto Socorro. “Infelizmente temos que ter essa margem de tempo mínimo para gerar a intervenção de ir atrás de um substituto que esteja disponível para aquele momento e que tenha a boa vontade de deixar seus afazeres naquela hora e se desloque para um novo compromisso”, explica Geovane Cravo. 
Já no feriado de 1º de janeiro, uma troca de agenda gerou a falta do profissional no período da tarde, o que acarretou um acúmulo de atendimentos e a demora na fila de espera para quem buscava recursos médicos na área amarela. O atendimento foi normalizado no início da noite quando o médico daquele plantão iniciou seu trabalho. 
“O médico é contratado por horas trabalhadas. Caso ele falte, ele não recebe. Porém, temos que criar mecanismos que punam o médico ausente. A idéia é criar formas que restrinjam atrasos ou ausência nesse setor que é tão importante na estrutura de funcionamento do Hospital”, finalizou Cravo. 
Os horários de plantão no Pronto Socorro foram todos trocados de última hora, e a escala de plantões não foi divulgada até o dia 31/1. O plantonista que faltou no dia 1º janeiro foi o médico Jandir Palma, e o do dia 2/1, foi o médico Olavo Rodrigues, que estaria doente, mas há comentários de que estaria de férias. A escala teria passado a ser feita pelo funcionário Jesus Rodrigues, aquele funcionário vintenário do Recursos Humanos, que pagava a administradora Ana Del Lito sem desconto de INSS e que de forma unilateral, trocou todos os escalados.
O primeiro caso foi o do Jandir Palma, que deixou o Pronto Socorro sem socorro até o plantonista seguinte assumir a missão. Nos finais de semana, nos feriados, e à noite, os plantões são de 12 h; durante a semana, são de 6h, das 8h às 14h, e das 14h às 20h.
Os médicos faltosos costumavam justificar as falhas dizendo ganhar pouco, porém os valores pagos por horas extras foram reajustados em 100%, mas os problemas persistem. 
Segundo o chefe do PS, Jorge Ribeiro, a administração terá postura ferrenha diante dos faltosos.

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