sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Pronto Socorro agoniza enquanto obras da UPA não terminam


Diante dos problemas constantes, da falta de mudanças e da não substituição de pessoas que prejudicam a equipe, os bons médicos do Pronto Socorro já dão sinais de desistência.
Apesar de alguns elogios, são as críticas que geram maior comoção da comunidade em relação ao Pronto Socorro da Santa Casa, levando o cidadão àquela pergunta que não quer calar: Até quando?
Nesta semana, André Acunha usou as redes sociais para um desabafo, gerando centenas de comentários negativos quanto ao atendimento oferecido por alguns dos médicos do setor, em especial um que possui contra ele até ocorrências policiais.
Na postagem André conta ter sofrido um acidente doméstico e ao buscar socorro, se deparou com casos de angustia e desrespeito. 
A nota: “Hoje pela madrugada sofri um acidente doméstico em minha casa quando fui ao banheiro e acidentalmente bati em uma prateleira onde estava um veneno preparado para limpar o pátio de pragas, pois bem, esse frasco caiu em meu rosto atingindo olhos, boca e corpo. Na mesma hora tomei um banho e me desloquei ao pronto socorro, pois já estava com tontura, dormência em todo corpo falta de ar e minha boca formigava. Mal conseguia falar e enxergar. Chegando lá, por volta das 5h30min, fui mandado ao setor vermelho, onde esperei sentado em uma cadeira por mais de uma hora e meia e nada de médicos. Fui muito bem atendido pelos enfermeiros, por já serem amigos, mas infelizmente nada foi feito e como mal conseguia respirar comecei a ficar ainda mais tonto. Nesse momento ouvi o choro de um homem vindo de uma peça ao meu lado, lá estava um senhor de nome Paulo, de aproximadamente 60 anos, chorando de dor na região do abdômen, foi quando uma enfermeira passou pela maca do paciente e disse que “ele chorava igual a uma menina”. Me desloquei até esse senhor e presenciei um homem chorando de dor a mais de dez horas, segundo ele me falou e nada estava sendo feito a não ser os enfermeiros passando por ele sem sequer olhar. Quanto a mim, sai após me indignar com o descaso, pois se esperasse o médico aparecer para me atender, talvez não estivesse postando isso”, disse André em nota. 
Entre os comentários feitos pelas pessoas que leram a nota de André, chama a atenção o de uma moça chamada Giovana Maciel. Segundo ela, ao levar o filho ao Pronto Socorro e aguardar por mais de uma hora para vê-lo atendido, a mulher se depara com uma situação revoltante. O médico, conhecido por atender as pessoas de luzes apagadas, prescreveu medicação à mãe de uma funcionária: “quando o médico chamou para o atendimento entrou junto uma funcionária pedindo uma receita médica para sua mãe que estava em casa doente . O médico se preocupou muito com a mãe da funcionária e com que ele iria receitar que não quis nem examinar o meu filho que estava ali na frente dele”, disse Giovana. 
Ainda nesta semana, o médico que fazia plantão na UTI foi chamado às pressas para prestar ajuda no PS, pois o médico titular do horário descansava conversando com amigos na Internet. A demora teria sido presenciada pela esposa do médico José Moccelin, que acompanhava um paciente naquele momento. A presença dela fez com que o problema chegasse à administração.

Os bons desistirão 
Em conversa com a reportagem, um dos médicos que fazem plantão no Pronto Socorro disse estar cansado e disposto a deixar o setor, pois o trabalho desgastante já lhe rendeu inclusive problemas de saúde.
O médico ressaltou que quando se esta de plantão, deve-se investir tudo no ser humano e usar de todas as condições técnicas para ajudar. “Este era o lema de um mestre e amigo. Dê nem que seja um aperto de mão, isto poderá aliviar um sofrimento, uma lagrima, um choro”, finalizou.

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