Andrea, mãe de uma das testemunhas do tiroteio ocorrido na Cohab II neste mês de outubro trouxe á tona um assunto importante e que passa despercebido pelas pessoas que não se vêem na condição de vítimas ou testemunhas de casos policiais.
Segundo Andrea, na noite em que menores e maiores de idade invadiram a Cohab II trocando tiros, ela e os filhos estavam no Calçadão do Bairro, quando foram surpreendidos pelos disparos.
“A Brigada chegou, prendeu os bandidos e levou meu filho como testemunha. Fui à Delegacia acompanhar a situação de perto e lá encontrei meu filho frente a frente com os bandidos. Não há uma sala especifica, todos estão sentados na mesma sala. Como ficarei tranqüila agora? Estes bandidos ficam presos por alguns dias e logo em seguida estão de volta ás ruas”, disse Andrea.
A exposição de vítimas e testemunhas é diária. Sempre que a Brigada Militar chega a Delegacia com os presos, eles são colocados frente a frente com seus agressores, sem que sua imagem e segurança sejam defendidas. Se a vítima está exposta, o bandido não. Enquanto se expõe testemunhas e vítimas, a Polícia impede a imprensa de fotografar os presos, por considerar que a preservação de suas imagens é competência deles.
O titular da Delegacia de Pronto Atendimento, Marcos Pepe, confirma o problema. Segundo ele, o prédio onde funcionam as delegacias de Pronto Atendimento, Proteção a Criança e ao Adolescente e 1ª Delegacia de Polícia, além do Ciosp, não possui estrutura adequada. “Não temos o que fazer. Tentamos evitar o contato das partes, porém é impossível, pois não há sala adequada para a oitiva de presos”, disse o delegado que aguarda novos investimentos no setor de segurança em Uruguaiana.
A realização de perícia as vítimas de agressão também não tem sala adequada. Enquanto o Governo fecha os olhos para Uruguaiana, vidas são colocadas em risco.
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