Com a incidência de clima seco nos últimos tempos, especialmente na região Sul do Brasil, o controle da irrigação vem sendo fundamental para manter as lavouras com um bom padrão e produtividade. Para isso, a utilização de sistemas de monitoramento vem sendo uma aliada dos produtores rurais que buscam alta performance e o manejo dos sistemas de irrigação com ferramentas de controle é fundamental para alcançar os resultados.
De acordo com o engenheiro agrônomo e consultor Paulo Rosa, se a irrigação não tiver o monitoramento correto do nível de umidade do solo, ela não é tecnicamente bem feita. “Para fazermos um processo de irrigação que tenha resultado é preciso conhecer estas características de umidade volumétrica do solo e fazer leituras e acompanhamentos diários. Desta forma mantemos a planta suprida com a necessidade de água adequada à evaporação e transpiração diária”, explica.
Para o especialista, a importância de ferramentas de medição de umidade do solo está fundamentada no manejo da lâmina hídrica, que é uma técnica que visa manter o solo acima do nível de umidade crítica, que é quando a cultura reduz a absorção de água e nutrientes no solo, e o metabolismo da planta baixa. “A irrigação não deixa a cultura com a umidade abaixo deste nível crítico, suplementando uma dose de irrigação ou uma lâmina na lavoura. O valor desta lâmina ou a quantidade de milímetros que aplicamos tem que ser observada por meio da capacidade de campo deste solo, que é a capacidade máxima que o solo tem de reter água. Acima disso, esta água é perdida por drenagem ou escorrimento”, ressalta.Rosa exemplifica o HidroFarm, produzido pela Falker, como uma ferramenta que determina com altíssima precisão estes dois pontos que são a capacidade de campo e a umidade crítica, pois ela mede a umidade volumétrica do solo. O consultor salienta que é um instrumento simples, de fácil instalação, de baixo custo, que não precisa de calibração adicional e a leitura é rápida. “Alguns produtores que acompanhamos, observamos uma redução de até 30% no uso da água e até 40% no custo de produção. Eles faziam o manejo da irrigação sem nenhum critério e nenhuma noção de quando a planta precisava de água ou a lâmina mais correta, e muitas vezes aplicavam uma quantidade insuficiente que não dava resultado econômico, ou excessiva que trazia aumento de custos de produção”, enfatiza.
Segundo estudo divulgado pela Agência Nacional das Águas (ANA) em parceria com a Embrapa, a área irrigada por pivô no Brasil é de 1,275 milhão de hectares com cerca de 20 mil pivôs centrais instalados. O crescimento de 2006 para 2014, de acordo com o estudo, foi de 43% no uso da tecnologia. Neste cenário, a importância de monitoramentos de sistemas de irrigação se tornou indispensável para a eficácia do processo.
Conforme o engenheiro Marcio Albuquerque, diretor da Falker, outro sistema oferecido pela empresa é o FarmLink, que tem como grande diferencial a coleta contínua e sem fio dos dados de umidade, além da precisão nas informações que chegam aos produtores sobre como está a umidade do solo em diversos pontos da lavoura. “Existem tecnologias importadas que colocam seu sensor ao lado de uma estação meteorológica, no nosso sistema será sem fio e teremos a informação de dezenas de pontos cobrindo uma área, permitindo conhecer a variação da umidade, pois ela não é uniforme. Teremos áreas mais úmidas e outras menos, e o produtor poderá ter um sistema para controlar esta irrigação”, destaca.
Segundo Albuquerque, outra inovação do FarmLink consiste no acompanhamento remoto de qualquer lugar onde o produtor estará, já que o sistema está disponível para acesso mobile. “Algumas marcas de pivô já tem aplicativos para ligar o equipamento via internet. Mas com que base ele toma esta decisão? Se eu tenho uma forma de monitorar o comportamento da umidade eu tenho como tomar esta decisão”, afirma.
Nestor Tipa Júnior
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