Os dois policiais militares acusados de agressão pela coordenadora de redação do Jornal Diário da Fronteira, Kelly Rolim, responderão a um inquérito policial militar, presidido por um oficial de fora do 1º Batalhão de Policiamento de Área de Fronteira (BPAF) e uma sindicância. A informação é do major Gerson Corrêa de Mello, que responde pelo comando do 1º BPAF. Ontem, 14/7, o comandante regional da BM, tenente coronel Adilomar Jacson Silva, esteve em Uruguaiana, chamado pelo Major, e ratificou os procedimentos adotados por Mello em busca da elucidação dos fatos.
“Todas as medidas legais e cabíveis foram tomadas. Foi aberta sindicância em relação ao primeiro fato e inquérito policial militar em relação ao último. Também foi aberto procedimento para apurar a atuação dos policiais na situação mencionada em matéria jornalística, bem como a situação que envolveu o recolhimento de um veículo da Rádio Líder FM”, explica Mello, referindo-se também à ocorrência policial registrada na semana anterior por Kelly contra um dos policiais que participou da abordagem que resultou na detenção da Jornalista, quando ela e um colega teriam sido hostilizados e ameaçados de prisão pelo soldado José Francisco Souza, durante a cobertura de uma prisão por furto, e ainda o recolhimento de um veículo de sua empregadora por não estar com o licenciamento naquele momento.
Mello esclarece que a decisão de solicitar a um oficial de fora do Batalhão para atuar nos procedimentos é preventiva e visa evitar o levantamento de qualquer suspeição. “A Brigada Militar é extremamente rígida neste sentido e cada um dos fatos será minuciosamente apurado, sem pré-julgamento”, disse. Ainda conforme Mello, o prazo para a conclusão da sindicância é de 30 dias, prorrogáveis por mais dez dias, e para conclusão do inquérito policial militar é de 40 dias, prorrogáveis por mais 20 dias.
Até que tais fatos sejam devidamente esclarecidos, os dois soldados, José Francisco Souza e João Juliano Gorges, ficarão afastados do patrulhamento de rua, sendo empregados em atividades administrativas. A determinação foi adotada por Mello, visando salvaguardar “o lado da comunidade e o lado dos policiais também”, e a fim de “prevenir que novos fatos ocorram, gerando novos conflitos”, explica. Atualmente, os dois policiais estão de atestado médico.
Eles responderão ainda junto à Polícia Civil a uma acusação de abuso de autoridade. Já Kelly reponderá por desacato. Nos dois casos, por meio de Termo Circunstanciado (TC).
Gabriela Barcellos
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