Na tarde de ontem, 23/6, a frente do prédio da Polícia Civil, na Avenida Presidente Vargas, foi tomada por viaturas e policiais enlutados e indignados com a perda de um colega, , em uma operação de combate ao tráfico de drogas em Gravataí, região metropolitana. Além de policiais civis das seis delegacias, e dos três delegados, policiais militares e guardas civis municipais participaram do ato.
A pedido do delegado Enio Tassi, inicialmente os policiais fizeram um minuto de silêncio, após fizeram orações pelo colega morto no cumprimento do dever. Em seguida, houve um ‘sirenaço’ de três minutos. Em nome dos policiais, o escrivão de polícia Luiz Felipe Robales falou da dor de perder um colega e destacou a imediata necessidade da união das instituições no combate ao crime, ao mencionar a extensa ‘carreira criminosa’ do bandido que atirou e matou o escrivão Rodrigo Wilsen da Silveira, que há anos entra e sai do sistema penitenciário. Por fim, Tassi encerrou o ato, agradecendo a presença de todos e dizendo que cada policial continuará “a cumprir nosso dever, inclusive em honra ao colega que perdemos hoje”.
Entenda
Rodrigo Wilsen da Silveira era escrivão e chefe de investigação da 2ª Delegacia de Polícia de Gravataí. Ele tentava cumprir um mandado em um condomínio de apartamentos na Travessa Herbert, na região central da cidade, quando um dos cinco criminosos que estavam no local atirou. O policial levou um tiro na cabeça e foi levado por colegas para o Hospital Dom João Becker, de Gravataí, mas não resistiu.
A operação tinha como objetivo desarticular uma quadrilha especializada em tráfico de drogas. De acordo com o diretor do Departamento de Polícia Metropolitano, delegado Fábio Mota Lopes, os investigadores sabiam que os alvos poderiam ter drogas e armas, mas foram surpreendidos pelo ataque.
Ainda conforme o diretor do DPM, Rodrigo estava à frente de uma equipe de seis agentes, entre eles a sua mulher, a escrivã Raquel Biscaglia. Quando eles ingressavam pela porta principal, o disparo veio de dentro, atingindo o policial.
Após o ataque, os cinco suspeitos que estavam no local — uma mulher e quatro homens — foram presos em flagrante. Armas, munição, drogas e dois veículos — um deles roubado — foram apreendidos ao final da operação.
Silveira tinha 39 anos e entrou na Polícia Civil em 2012. Era casado com a colega de equipe, Raquel Biscaglia, tinha dois filhos e ainda dois enteados. Em fevereiro havia assumido a chefia da investigação da 2ª DP de Gravataí. Em choque, a mulher de Silveira somente deixou o local após a chegada do psicólogo da Polícia Civil.
O matador
O bandido que matou Silveira é Maicon de Mello Rosa, conhecido traficante, que entra e sai prisão desde 2013. Além de tráfico, ele tem passagens por várias tentativas de homicídio, porte de arma, roubo, assalto a mão armada, entre outros. Foi condenado a cinco anos de prisão, mas solto depois de receber uma tornozeleira eletrônica. Por duas vezes foi considerado foragido, mas sua fuga foi justificada por defeito na tornozeleira.
Gabriela Barcellos
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