Daiany Mossi
Cerca de 30% dos 950 pacientes atendidos pelo Instituto de Radioterapia e Oncologia de Uruguaiana (Iron), não está sendo atendido devido à falta de medicamentos.
Conforme o diretor do Instituto, José Adir Muller, o Iron sofre com a falta de medicamentos já há alguns meses, sendo que o setor atende pacientes de Uruguaiana e região. “Faltam medicamentos e por isso, pacientes não são atendidos”, disse ele.
Segundo o contrato entre Iron e Santa Casa, cabe ao hospital adquirir os medicamentos e encaminhar ao Iron, no entanto, o contrato não está sendo cumprido.
“Em contato com a administração do hospital fomos informados que não há recursos, com isso, parte dos pacientes está sem medicação”, disse Muller.
Dona Maria, vítima de Câncer está entre os pacientes sem atendimento. Aos 60 anos, Maria conta que está há três semanas sem o seu medicamento e a cada visita ao Iron sem sucesso, ela se sente menos viva. “Tenho a impressão que minha vida se esgota a cada visita ao Iron sem sucesso. Venho em carro particular de Quaraí a Uruguaiana, gasto em locomoção e quando chego ai não recebo atendimento”, disse ela.
O administrador do hospital Geovane Cravo confirmou a falta de medicamentos destinados ao tratamento de pacientes oncológicos à nossa reportagem. “O quadro é gerado pela falta de recursos para a aquisição da medicação face ao não repasse de valores referentes aos serviços prestados pelo hospital para o Estado. A expectativa era de que, com a liberação de valores a partir de bloqueios judiciais, se pudesse alcançar o recurso necessário para o pagamento dos remédios e assim o fabricante envia-los. Porém, como não houve o bloqueio e o recurso necessário para a compra não foi depositado nas contas do hospital, a instituição não conseguiu alcançar o valor para a aquisição da medicação. Tão logo haja o repasse de suficiente para a compra, os pacientes atendidos pelo Serviço de Alta Complexidade em Oncologia serão novamente assistido”, disse.
No início da semana, a Santa Casa de Caridade recebeu R$ 754.707,72 do Governo Estadual em pagamento pelos seus serviços, inclusive do setor de oncologia. Na oportunidade, a administração investiu o valor da seguinte forma: R$ 500 mil para férias, Refeisul, consignado e folha; e R$ 200 mil para a compra de medicamentos e materiais urgentes.
Há expectativa de novo pagamento nos próximos dias, porém enquanto eles não chegam, os pacientes clamam por atendimento.
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