segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Torturador condenado está preso

Depois de cinco meses foragido, Diogo Gonsalez se entregou no Fórum local, e foi reunido aos comparsas na Modulada.

Gabriela Barcellos

Diogo da Rosa Gonsalez, 33 anos, está recolhido à Penitenciária Modulada de Uruguaiana (PMEU) desde o último dia 12, quando se apresentou no Fórum de Justiça, acompanhado de advogado, e foi imediatamente levado à Penitenciária pelo próprio diretor da casa prisional, agente Sandro Borlina. Ele teve a prisão decretada em razão de uma condenação a dez anos de prisão por crime de tortura e estava foragido há cinco meses.
Gonsalez foi condenado por, juntamente com o então policial militar Júlio Cezar Barbosa, e um primo, Lucas Augusto da Silva Gonsalez, o ‘Ovelha’, torturar Giovani Lemes da Silva, em duas ocasiões diferentes, a fim de obter informações. O trio suspeitava que Giovani tivesse repassado à Polícia Civil informações referentes a uma possível participação do policial militar em um assalto ao Supermercado Rispoli, em 2009.
Conforme o processo, no dia 3/1/10, por volta de 23h, o trio abordou Giovani próximo ao Motel Suíça, e o golpeou com um bastão retrátil, derrubando-o. A partir daí, Giovani recebeu pontapés, golpes de bastão, e ainda foi ameaçado com uma arma de fogo. Doze dias depois, por volta de 21h30min, no mesmo local, Giovani foi rendido sob mira de uma arma, embarcado em um carro e levado a um local ermo, na BR 472. Ele foi mantido com a cabeça envolvida num capuz, sob constantes ameaças de morte. As agressões culminaram na amputação de um dedo da mão da vítima, além de ameaças de matar seus familiares e estuprar sua filha caso procurasse a polícia.
Diogo sempre alegou inocência e disse que as acusações são “fruto de uma armação arquitetada pela polícia militar”, especialmente por um policial citado na ação.
Em 2013, Gonsalez já havia sido preso na Operação Kobi, do Deic, que desarticulou uma quadrilha de roubo de carga. Ele era o único dos condenados pela tortura que não estava preso. 
O Jornal CIDADE apurou que nos últimos cinco meses ele esteve escondido em um apartamento localizado em Paso de los Libres. Júlio César está preso desde junho, e Lucas já cumpria pena por outros crimes quando teve a prisão decretada em razão da condenação por tortura, também a dez anos de prisão.

0 comentários: