O governador eleito José Ivo Sartori (PMDB), pretende começar a contornar a grave crise financeira do Estado com redução do gasto público. Uma das medidas é o corte de secretarias. O projeto com a sugestão de um novo organograma do Executivo foi aprovado pela Assembleia Legislativa, mas causou tensão e tumulto. A aprovação do texto foi apertada: 29 votos a favor – um a mais do que o necessário – e 14 contrários. A deputada Maria Helena Sartori, esposa do futuro governador, não compareceu à sessão. O mesmo fizeram Márcio Biolchi (PMDB), que será chefe da Casa Civil no novo governo, e Giovani Feltes, que comandará a Secretaria da Fazenda.
O projeto diminui o número de secretarias das atuais 27 para 19. Para chegar a esta configuração, algumas pastas serão extintas ou agrupadas, enquanto outras perderão o status de secretaria. Conforme Márcio Biolchi, o grande desafio é implantar a eficiência administrativa na máquina pública. “Reduzindo o número de secretarias, acreditamos que seja possível avançar no resultado gerado para a sociedade. Em nenhum momento estamos abrindo mão de alguma área”, disse, esclarecendo que todos os setores serão contemplados. Segundo ele, o objetivo de nova estrutura é otimizar os recursos humanos e financeiros do Estado.
Ainda conforme o futuro secretário, a nova composição vai permitir a diminuição do número de cargos em comissão (CCs) e uma redução em torno de 30% dos gastos do Executivo. “O objetivo é aproximar as curvas da receita e da despesa. Se nós invertermos essa conduta, chegará o dia em que o Estado vai gastar menos do que aquilo que ele tem capacidade de arrecadar”.
Segundo ele, a decisão de cortar secretarias condiz com a preocupação do governo Sartori em priorizar os compromissos do Estado com servidores concursados, fornecedores e com a qualidade dos serviços prestados em educação e segurança.
A difícil situação financeira do Estado gerou rumores de que poderiam faltar recursos para o pagamento do funcionalismo público nos primeiros meses de 2015, já que o Estado não tem espaço fiscal para tomar novos financiamentos e conta com opções extremamente limitadas para se capitalizar. Nem Tarso Genro nem Sartori admitem a possibilidade.
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