Um relatório apresentado pela Santa Casa de Caridade de Uruguaiana, mostra que 577 partos por cesariana foram realizados de janeiro a outubro deste ano. Em contrapartida, foram realizados 645 partos normais. Os números são alarmantes se levarmos em consideração, a importância do parto normal para a vida da gestante e para a saúde do recém-nascido. Uma criança cujo nascimento ocorreu através de parto normal, possuem menor chance de sofrer de doenças respiratórias, por exemplo.
O incentivo ao parto normal tem sido meta do Governo do RS. Na última semana, a Secretaria Estadual da Saúde promoveu na última semana, mais uma edição do Fórum Perinatal RS, um espaço aberto de discussão que reúne gestores, trabalhadores, usuários, acadêmicos e movimentos sociais. Em 2013, entre os cerca de 130 mil partos realizados no Rio Grande do Sul, 62% foram por cesárea. Para o Ministério da Saúde, o preconizado é até 35%, enquanto a Organização Mundial de Saúde recomenda que essa parcela fique entre 15% e 25%.
O encontro foi realizado no auditório do Centro Administrativo Fernando Ferrari (Caff), contando com a presença de cerca de 140 pessoas. Esses espaços de discussão fazem parte da Rede Cegonha, estratégia que qualificar e humanizar o pré-natal, o parto e o crescimento e desenvolvimento da criança. “Os fóruns garantem que qualquer pessoa tenha voz nesse processo, seja um gestor, profissional, entidade do movimento social, ou até mesmo uma gestante ou uma mãe que queira participar da formulação do planejamento”, afirma a coordenadora da seção de Saúde da Mulher da SES, Nadiane Lemos.
A qualificação e humanização dessa estratégia busca, entre outros pontos, o resgate do parto normal. “A cesárea é importante e, em casos específicos, deve ser recomendada, mas não nessa proporção que temos hoje”, comenta Nadiane. “Já o parto normal, é a via natural, pois ele vai acontecer quando fisiologicamente a mulher e o bebê estão preparados. Além disso, são muito menores os riscos de infecção, com permanência menor no hospital e uma recuperação mais simples e segura”.
Na área hospitalar há incentivos para os Ambulatórios de Acompanhamento de Gestantes de Alto Risco (AGAR). São 13 no RS (Ijuí, Tramandaí, Estrela, Santo Ângelo, Uruguaiana, Pelotas, dois em Santa Rosa e cinco em Porto Alegre) recebendo entre R$ 30 mil e R$ 38 mil mensais dependendo da sua estrutura, e financiamento para plantões presenciais de equipes de obstetrícia, com recursos de até R$ 40 mil por mês.
Na pactuação que o Rio Grande do Sul fez ao aderir à Rede Cegonha foi colocada como uma das metas a redução entre 5 e 10 pontos percentuais as cesáreas nos números de 2014 (ainda a serem quantificados) em comparação com os dados de 2014.
Para isso, as ações do Estado estão voltadas para a atenção básica e para a atenção hospitalar, nas maternidades. Assim, já foram investidos R$ 1,1 milhão nos municípios para a qualificação do pré-natal realizado nas Unidades Básicas de Saúde.
1 comentários:
Olá, primeiro quero agradecer ao jornal Uruguaiana, por trazer essa reflexão ao público uruguaianense. São lastimáveis e desesperadores os dados que nos são apresentados. Devemos todos ter a consciência de que o assunto é assunto de interesse geral, uma vez que todos nascemos, devemos ter em mente que a forma de nascimento deve ser considerada para escolha aquela que ofereça menor risco à gestante e à parturiente, no caso a cesariana, deve ser utilizada como um recurso emergencial e não eletivo, como vem sendo.
O que se precisa é humanizar desde a equipe médica até a família da gestante, para que esses números possam diminuir. Me chamo Lucas Abad, nascido em Uruguaiana, estudante de Psicologia e Pedagogia, estou me formando em Doula em São Paulo na próxima semana, e pretendo retornar à Uruguaiana estimulando o debate sobre a Humanização do Parto, para isso criamos um grupo no Facebook onde trocamos experiências e conhecimentos, basta acessar https://www.facebook.com/groups/partohumanizadouruguaiana
Estou à disposição para mais informações.
Abraços
Lucas Severo Abad
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