Duas jovens ingressaram com uma ação declaratória contra o Município de Uruguaiana após a remoção do cadáver da mãe do local de sepultamento, no Cemitério Municipal Senhora Sant’Ana.
O sepultamento ocorreu no dia 10/7, e quando as autoras foram visitar o túmulo da mãe, encontraram uma lápide indicando, no epitáfio, o nome de uma pessoa do sexo masculino e falecida em data posterior à morte da mãe.
Após procurarem a administração do cemitério e receberem diversas explicações, as filhas resolveram ingressar com uma ação contra o Município. De acordo com o advogado das irmãs, Francisco “Kiko” Azambuja Barbará, o cadáver foi removido sem autorização da família. O pai das jovens autorizou o sepultamento da ex-esposa em seu carneira. “As filhas se dão muito bem com o pai, tanto que participaram dos atos fúnebres ao lado do mesmo e viram a mãe ser enterrada. Quando foram visitar a sua sepultura, não mais encontraram seu cadáver”, disse Barbará.
Uma sindicância foi instaurada para apurar o fato. Até o momento, a informação oficial é de que, como chovia no dia do enterro, o corpo não pode ser sepultado na carneira nº 2281, do ex-marido da falecida, razão pela qual foi sepultado na carneira nº 1022. A Polícia Civil, em diligência, apurou que no Termo de Compromisso assinado pelo cessionário da carneira n° 2281, havia uma rasura, uma observação estranha (em relação à forma, se comparada ao restante do documento) dizendo: “obs.: Esta sepultada na carneira PMU n° 01433 (fundos) até o fim das obras nas carneiras novas (10/07/2014).”
O administrador do Cemitério, Iedemar Colomby Filho, apresentou uma declaração do ex-marido autorizando a transferência do corpo. No entanto, Kiko Bárbara contesta a legitimidade do documento. “´É uma autorização para realização do enterro naquele local e, ao final, consta uma observação totalmente fora de contexto, falando sobre a remoção posterior do cadáver”, diz.
Ainda segundo Barbará, o servidor que fez a observação, confirmou em depoimento que não falou com nenhum parente da falecida, mas acrescentou a informação, somente quando as filhas buscaram esclarecimentos, e o fez a mando do administrador do Cemitério.
Foi pedida judicialmente a exumação do cadáver que está enterrado na carneira n° 2281 - sem resposta conhecida até esta data, e o município deve ser citado na ação judicial já nos próximos dias.
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