terça-feira, 22 de julho de 2014

Enchente: Cerca de 200 famílias perderam tudo

A Defesa Civil está concluindo o levantamento de danos causados pela cheia do Rio Uruguai. Segundo o coordenador municipal do órgão, Paulo Rosa Woutheres, ontem, 18/7, 29 famílias, totalizando 147 pessoas, ainda estavam desabrigadas, sendo atendidas pela Prefeitura em dois abrigos.
No ápice da enchente, o Rio Uruguai chegou a 11,82 metros acima do nível normal, afetando em torno de 6,2 mil pessoas. Foram aproximadamente 1,5 mil casas atingidas. Dessas, cerca de 200 tiveram danos de grande porte, necessitando de reconstrução.
O aporte financeiro esperado do Governo Federal não inclui a reconstrução das casas. Para auxiliar, a Prefeitura Municipal, com recursos próprios está realizando a compra de 57 casas do tipo volante, que serão alcançadas às famílias que comprovadamente perderam sua residência, através de um termo de cessão de uso. A partir de então, programas habitacionais visando à solução definitiva deverão ser implantados. Uma das medidas estudadas é a elaboração de um programa semelhante ao ‘Minha Casa, Minha Vida’, do Governo Federal, para atender especificamente à população ribeirinha. 
O pedido encaminhado à presidente Dilma Rousseff pelo prefeito Luiz Augusto Schneider está sendo analisado no Ministério das Cidades. A Prefeitura também solicitou ao Governo Federal o aluguel de 200 unidades habitacionais móveis provisórias, e aguarda resposta.
Riscos à Saúde
O médico Jorge Ribeiro manifestou ontem em entrevista, a sua preocupação quanto aos problemas que ainda estão por vir. Segundo ele, em 1983, quando Uruguaiana registrou a maior enchente de sua história, ele esteve aqui trabalhando e os efeitos causados naquele ano podem ser os mesmos neste novo episódio. “Trabalhamos duramente naquele ano e nossa grande preocupação era a de orientar as pessoas quanto às patologias resultantes da enchente. 
Percebo uma falha por meio dos órgãos de comunicação e dos órgãos competentes neste sentido. Precisamos avisar as pessoas que doenças como Leptospirose, Hepatite A, Leishmaniose e até mesmo a infecção intestinal serão registradas nas próximas semanas em virtude da enchente. Essas famílias estiveram expostas a bactérias e a urina e fezes de animais. Todo o cuidado é pouco a partir de agora”, disse o médico. 
Jorge que também é chefe do Pronto Socorro da Santa Casa de Caridade ressaltou os problemas enfrentados no PS, também em virtude da enchente. Conforme ele, com a tragédia, o número de pessoas atingidas diariamente triplicou. 
“Vale destacar que as patologias citadas podem ser tratadas”, lembra Jorge. Por isso, ao perceber qualquer sintoma diferente procure sempre um médico.



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