Era filho de Antonio Carvalho e Julieta Medeiros de Carvalho. Seu pai, foi escultor e professor de desenhos, formado pela Escola de Belas Artes de San Carlos (Buenos Aires). Tendo sua iniciação como escultor, juntamente com seu pai que fabricava portas de madeiras entalhadas.
Ao depararmos com os antigos monumentos, revemos a grandiosidade de suas obras talhadas, que ele deixou em vida e que ainda permanecem para o silêncio da própria história.
No contexto de fatos grandiosos em que a história da humanidade nos tem mostrado, através dos caminhos do próprio tempo, um grandioso conjunto da nossa monumental evolução artística, nos foi legado para o futuro das gerações, com as obras deste grande mestre, talhadas na pedra filosofal da vida.
Em suas esculturas ele deixou gravada sua passagem esculpida no atelier do tempo, em que concretizou para a perenidade do bronze, a grandiosidade ímpar de suas obras. Quando de seu falecimento, ocorrido no dia 12 de outubro de 1998, em nossa cidade, enfatizamos, como despedida póstuma o seguinte epíteto: “A vida deste grande mestre, não foi uma brilhante personalidade a serviço de um enorme talento, mas um enorme talento a serviço de uma forte personalidade, motivando sempre, embora com seu gênio irreverente que tinha, a que seus discípulos continuassem a lutar sempre, em prol da arte de Uruguaiana. O homem que espera alcançar a sabedoria para começar a produzir a obra de sua vida, acaba descobrindo, que só se alcança esta sabedoria a medida que se vai realizando uma grande obra”.
E esta sabedoria Acário Carvalho conseguiu realizar, quando vemos o embelezamento de nossas praças, imortalizando personagens através de seus trabalhos, inclusive em outras cidades e países vizinhos. Nenhuma delas deixa de encerrar uma universidade e, contudo carismático tão profundo.
Prestou o serviço militar obrigatório, em 1945. Casou-se com Natalícia Rufino Carvalho, no dia 22 de maio em 1948, vindo ambos fixarem residência em Uruguaiana. Teve seu primeiro trabalho na firma de móveis dos irmãos Bernardo da Silva, onde realizou seu primeiro trabalho em madeira, ao fabricar um jogo de quarto completo para a família de Pedro Cademartori.
Do consórcio com Natalícia, tiveram os filhos: Egídio (hoje Radialista, nascido em 24/7/1949); Marília (artista plástica, nascida em 3/2/1951); Acário Filho (artista plástico e ator – já falecido) e Rosângela (já falecida).
O mestre Acário também tinha muita predileção pela música, dominando com perfeição o violino, quando então, chegou a fazer parte de um conjunto chamado “Serenata” e do Clube de música do Dr. Pedro Marini. Dominava outros instrumentos musicais, como violão, banjo, cavaquinho e bandolim.
No decorrer de sua vida como escultor, executou várias obras em Uruguaiana, além de outras cidades e nos países vizinhos da Argentina e Uruguai.
Vejamos algumas obras do mestre:
- A porta de madeira da nossa Catedral de Sant’Ana, foi entalhada por ele;
- A imagem da Senhora de Sant’Ana, que se encontra entre as duas torres da Catedral, encomendada pelo Padre Assis e executada em 1963;
- Monumento ao Gaúcho – 1965 = que se encontra no largo da Rodoviária;
- Monumento às mães – 1966 – que se encontra na Praça Barão do Rio Branco;
- Monumento à Domingos José de Almeida – 1975 – que se encontra na Praça Farroupilha;
- Monumento à Iemanjá – 1985 – se encontra a beira do Rio Uruguai;
- Criou vários bustos: Lílian Guimarães, Flodoardo Silva, João Francisco Tellechea, Dolores Cunha, Gregório Beheregaray, Mallet, Osório e tantos outros.
Ele explorava qualquer técnica para seus trabalhos, desde a argila até o mármore.
Em 1996, participou das filmagens de “Anahí de las missiones”, onde esculpiu várias cabeças para as cenas e teve participação no filme.
Foi o idealizador da “Semana das Artes”, projeto aprovado pelo Decreto Municipal nº 1.270/75, onde, cada ano se comemora na data de 29 de agosto, como homenagem ao escultor mineiro Aleijadinho, (Antonio Francisco Lisboa).
O mestre, Acário Carvalho, o “Escultor da ternura”, (assim se expressou o poeta Silvio Genro), veio a falecer em nossa cidade no dia 12 de outubro de 1998, deixando um legado artístico pleno de beleza estética para serem admiradas através dos tempos.
Oxalá que ele não somente seja lembrado no meio artístico que viveu e tanto lutou, mas que um dia seu nome possa ostentar com orgulho uma rua de nossa cidade e não seja esquecido como o foi também o escultor uruguaianense Vasco Prado.
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