terça-feira, 8 de agosto de 2017

Caso Patrícia: DPCA e CEBS usam cães farejadores a procura do corpo

Crédito: Gabriela Barcellos/JC
Durante todo o dia de ontem, 7/8, a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), comandada pelo delegado Enio Tassi, fez buscas em dois locais a procura do corpo da jovem Patrícia Pinto dos Santos, desaparecida em outubro passada.
As buscas tiveram o apoio da Companhia Especial de Busca e Salvamento (CEBS) de Porto Alegre, que trouxe quatro cães farejadores a fim de localizar os restos mortais da jovem, no lugar apontado por um dos quatro homens presos pelo crime como local de desova.
Durante toda a manhã, o trabalho se concentrou na localidade de Charqueada, a cerca de 20 km da cidade, em uma área de aproximadamente cinco quilômetros. Esse é o local apontado por um dos dois homens presos no dia 13 de julho, por participação no crime. Ele contou que levou o assassinado de Patrícia – Anderson Rogério dos Santos Pinto, o ‘Xexéu’ – até o local, com o corpo da jovem, para que ela fosse desovada naquele local. A área, formada em sua maior parte por mato cerrado, foi cuidadosamente varrida pelos policias civis e pelos integrantes da CEBS, sargentos Meireles e Julenir, e soldados Sodré e Trindade, juntamente com dois dos cães, Bono e Thor. Apesar dos incansáveis esforços, nada foi encontrado.
Já à tarde, um outro local foi alvo de buscas, a casa do principal participante do crime, Anderson Rogério, apontado como executor de Patrícia. De posse de um mandado de busca e apreensão, solicitando pelo Delegado ontem mesmo e agilmente deferido pelo juiz da 1ª Vara Criminal, Guilherme Machado da Silva, o grupo seguiu para a casa, localizada no bairro Áreas Verdes e apontada como local onde o crime ocorreu. A residência, que foi completamente vandalizada, teve o interior e o pátio totalmente vasculhados pelos cães. Novamente, nada foi encontrado.
De acordo com o Delegado, um dos fatores que pode ter prejudicado as buscas no interior é o fato de que a área ficou completamente alagada por um grande período de tempo durante a última enchente. No entanto, a DPCA não desistiu de procurar. “Vamos continuar diligenciando em busca do cadáver, e qualquer informação concreta que recebermos será devidamente apurada”, disse Tassi. Os autos complementares do inquérito policial serão remetidos pelo Delegado ainda nesta semana, mas ele frisou que, “se surgirem informações podemos verificar a qualquer tempo”.
O Delegado também destacou a importância do apoio da CEBS. “Foi um trabalho de excelente qualidade. Os animais são extremamente treinados e realizam um trabalho fantástico em todo o Estado, e são conduzidos por uma equipe muito capacitada e dedicada”, comentou.
No último dia três, os animais empregados na ação encontraram, na praia de Capão Novo, uma ossada humana, enterrada no pátio de uma casa, e que pertence a uma pessoa desaparecida em 2014.
O crimePatrícia desapareceu na madrugada de seis de outubro de 2016, depois de sair de casa com uma amiga, para ir a um baile na zona do meretrício. Ao longo de sete meses de investigação, tanto a família da jovem quanto a Polícia Civil mantiveram esperanças de ainda encontrar Patrícia com vida. No entanto, as evidências e depoimentos colhidos demostraram o contrário e, no final de maio, Enio Tassi encerrou o inquérito policial indiciando Anderson Rogério dos Santos Pinto, conhecido como ‘Xexéu’, e Rodrigo Kunzler, o ‘Gringo’, por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Xexéu também foi indiciado por tráfico de drogas e facilitação à prostituição. Os dois estão recolhidos à Penitenciária Modulada e já foram denunciados pelo promotor Luiz Antônio Barbará Dias.
Apesar da conclusão do inquérito, as diligencias da DPCA não pararam e em julho, outros dois homens foram presos. Gabriel Alves Flores, de 21 anos e Dagambert Martins Rolão, de 29 anos, foram indiciados também por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
Os quatro continuam recolhidos à Penitenciária Modulada Estadual de Uruguaiana (PMEU) preventivamente. Outras três pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público e respondem em liberdade por crimes cometidos naquela noite, tendo a jovem Patrícia como vítima, como favorecimento à prostituição ou outra forma de exploração sexual de adolescente e fornecimento de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos.
Gabriela Barcellos

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