quinta-feira, 14 de maio de 2015

Humildade e modéstia sempre: Felice sonha com estátua ao lado do Barão

O ex-prefeito de Uruguaiana, Sanchotene Felice recebeu na manhã de ontem em sua casa, a repórter do Jornal CIDADE e da Rede Jovem Hits, Daiany Mossi, a quem concedeu entrevista exclusiva. Confira o teor da conversa. 

Daiany Mossi: O senhor tem a intenção de deixar o PSDB para conseguir concorrer à Prefeitura de Uruguaiana?
Sanchotene Felice: Recebi um convite do PDT, convite este muito bem recebido, mas ainda não tomei uma decisão, mas já há meio caminho andado. Eu ainda estou filiado ao PSDB, mas me sinto muito mal no Partido, então tomarei outros rumos.
Sei pela imprensa que o meu grande amigo, ex-prefeito de Uruguaiana, Brasil Carús, tem a intenção de concorrer, e me sinto à vontade para apoiá-lo. Quanto a concorrer ao seu lado, só o futuro nos dirá.

DM: Como o senhor vê a CPI instaurada pela Câmara de Vereadores para apurar possíveis irregularidades na contratação da empresa Odebrecht quando do seu Governo?

SF: Vejo muito bom essa CPI. A verdade é a bandeira que todos temos que defender. A Odebrecht foi contratada porque ganhou uma licitação. Licitação essa para qual a Corsan foi convidada a participar. Não participou porque não quis. A Odebrecht ganhou de forma limpa, cuidadosa. Houve muita oposição à essa concorrência. Achavam que eu devia renovar o contrato com a Corsan sem concorrência, como sempre aconteceu. A Corsan em quarenta e tantos anos não fez o saneamento, apenas ofereceu água então decidi fazer nova licitação. A Odebrecht ofereceu um serviço mais barato, com taxas mais baixas e repassou uma contribuição de R$ 16 milhões para o Município. Este dinheiro foi usado na contratação de escolas. Uruguaiana foi recorde nacional em bons resultados. 

DM: O senhor sabia que o prefeito de Uruguaiana está doando o piano à Santa Casa?
SF: Ele não tem autoridade para isso. Não pode fazer essa doação. Eu até duvido que, sendo uma contribuição para a cultura de Uruguaiana, essa doação tenha sucesso. Sabe por quanto vão conseguir esse piano? R$ 15 mil. Eu só não vou participar deste leilão porque tenho vergonha na cara. Esse é o melhor piano do mundo, custou R$ 500 mil.

DM: Qual era a sua intenção quando adquiriu esse piano milionário? 
SF: Trazer grandes concertos para Uruguaiana e porque não? Uruguaiana é um município com grandes nomes artísticos. Nós temos condições de termos aqui os melhores concertos do mundo.


DM: A Corsan afirma que seu governo contratou um funcionário da Odebrecht para avaliar o trabalho em Uruguaiana?
SF: As declarações são tão absurdas. O /município não fez isso e o prefeito da época, que era eu, não aceitava nenhum agrado, nenhum convite para um jantar. 

DM: Mas chegou a ser convidado? Sua esposa, Elisabete Felice, foi à Bahia conhecer a Odebrecht com despesas pagas por eles?
SF: Ora, eram muitas as empresas inscritas e um convite para um jantar, um almoço, era normal. Mas eu não aceitava, pois não sou bobo. A psicóloga Elisabete Felice, que fez um trabalho extremamente positivo em Uruguaiana, soube que a Odebrecht tinha um importante trabalho social na Bahia, o melhor do Brasil. Elisabete externou a vontade de conhecer o projeto de perto e recebeu o convite, com despesas pagas pela empresa, mas, sabendo da maldade humana, ela não aceitou. Eles não me pegam!

DM: A vereadora Josefina Soares declarou que foi pressionada pelo senhor a votar a favor da Odebrecht, declaração esta que acabou desencadeando a CPI. É verdade?
SF: Isso é uma mentira. Essa moça responderá por isso na Justiça.

DM: O senhor é chamado pelos seus adversários como o “pai do asfalto casquinha”. Como o senhor avalia esse título “casquinha”?
SF: Isso é uma bobagem. Eu sabia de antemão que, para acabar com o esgoto a céu aberto, era preciso quebrar o asfalto, então era burrice fazer um asfalto oneroso. Se fez um asfalto mais barato. Se houvesse manutenção, estaria ai até hoje. Não fiz um asfalto casquinha, fiz um asfalto menos oneroso, que não era o ideal, mas era o melhor que se pode fazer.

DM: O senhor recebe muitas críticas pelos elevados investimentos em mídia. O que o senhor acha do Correio de Uruguaiana, o CU, criado pelo prefeito Schneider?
SF: Olha, a sigla é infeliz, mas o conteúdo é pior ainda. Li algumas frases e deixei de lado, nunca mais vou ler, é péssimo. Quanto à mídia, não se gastou tanto assim. Eu não sei se a minha administração teria tido sucesso sem o Uruguaiana Vencerá, pois ali eu prestava contas, ouvia a comunidade, colhia críticas, levava médicos, profissionais, expunha projetos. A Prefeitura gastou oito vezes menos que a Câmara de Vereadores gasta com mídia. Faria de novo se tivesse que fazer.

Ao término da entrevista, Felice contou mais uma de suas estórias. Ele disse que quando jovem, o pai, já sabendo que o filho lutaria pela vida toda pelas crianças, pelos idosos, pelos deficientes, e que morreria trabalhando por essas pessoas, lhe falava que quando fosse um velhinho, bem velhinho, pobre, paupérrimo, receberia uma grande homenagem de seus conterrâneos, que estátua ao lado do Barão do Rio Branco, na Praça da Rendição.

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