sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Novo diretor-geral do IGP promete agilizar perícias no Estado

Um dia antes de ser empossado oficialmente, o novo diretor-geral do IGP (Instituto Geral de Perícias do Rio Grande do Sul) aproveitou o primeiro contato com a imprensa gaúcha, nesta quarta-feira, para denunciar o que classifica como um descaso com o setor de perícias nos últimos anos. Cleber Müller, perito criminalístico e servidor do órgão há 18 anos, anunciou o começo de uma força-tarefa para agilizar cerca de 20 mil laudos atrasados — que entravam, por consequência, milhares de investigações policiais que necessitam da elaboração de provas técnicas. Mesmo com a contenção de despesas decretada pelo novo governo, o diretor-geral acredita que é possível minimizar os problemas através da reestruturação de funções.
“O governo, hoje, herdou uma gestão equivocada da segurança pública na perícia. Provavelmente, isso será analisado na parte de finanças, e não sabemos de que forma foi feito. Mas digo, com certeza, que no IGP a gestão não funcionava. Foi feita uma pulverização de coordenadorias, como criação de uma chefia para coordenar quatro servidores. Estamos identificando uma série de coisas, relacionadas à gestão, que comprometeram a parte técnica”, declarou Müller.
Para diminuir o número de perícias represadas, a prioridade é focar o trabalho do IGP nos cerca de seis mil casos — do total de 20 mil em atraso — que dependem de análise de armas de fogo usadas em crimes. De acordo com o novo diretor do Departamento de Criminalística do órgão, Paulo Frank, é possível resolver essa etapa até o final do ano. A força-tarefa inicial, também chamada de diagnóstico interno, ainda tem o objetivo de determinar as carências de efetivo e estrutura, admitidas pela nova gestão, antes da realização de um concurso público.
A partir de agora, a nova direção do IGP promete expor à sociedade, com mais frequência, a importância dos peritos no esclarecimento de investigações. O acidente com um ônibus da Unesul, em Glorinha, no início do mês, foi usado como exemplo. O perito responsável pelo caso, Wilson Toresan Júnior, confirmou que a alta velocidade causou o tombamento que resultou na morte de oito pessoas.

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