sexta-feira, 25 de abril de 2014

Cirurgias eletivas: Câmara debate o envio de pacientes à outros municípios


Por proposição do vereador Irani Fernandes (PP), a Comissão de Saúde da Câmara realizou ontem, 23/4, sessão especialpara debater a situação do Hospital Santa Casa de Caridade quanto à realização das chamadas cirurgias eletivas, ou seja, cirurgias que não são urgências e emergências. Estiveram presentes o diretor da Santa Casa, administrador Geovane Cravo;os médicos Luiz Antônio Marty,diretor clínico do Hospital, e Jorge Kappel, delegado do Conselho Regional de Medicina (Cremers) em Uruguaiana; o presidente do Conselho de Saúde, Renato Corrêa; a secretária de Saúde Saionara Marques e o secretário de Governo, Fernando Alves, representando o prefeito Luiz Augusto Schneider.
Desde o início do ano as cirurgias eletivas não vem sendo realizadas na Santa Casa. “Os pacientes estão sendo encaminhados para outros municípios. Hoje, vamos tentar saber o porquê isso está acontecendo e encontrar uma forma para que os pacientes não precisem ser encaminhados para fora”, explicou Geovane Cravo. O Administrador diz que nos últimos 11 anos, a Prefeitura proveu uma complementação à verba oriunda do Sistema Único de Saúde para custear as cirurgias, no entanto, deixou de realizar os repasses. O custo, segundo Cravo, não é alto. “Fica em torno de R$ 30 mil a R$ 50 mil por mês”, diz.
Durante a sessão, Fernando Alves explicou que a decisão de encaminhar os pacientes para outras cidades ocorreu diante da recusa dos médicos em realizar as cirurgias eletivas somente pela tabela de pagamentos do Sus, que segundo os profissionais é insuficiente. No entanto, a medida gera um gasto mensal maior do que a manutenção do convenio que proporcionava o complemento, cerca de R$ 100 mil ao mês.Também foram destacados os projetos encaminhados pela Santa Casa à 10ª Coordenadoria Regional de Saúde e que não foram considerados como prioridade; tais projetos contemplam as cirurgias eletivas e foram reencaminhados à Coordenadoria. Diante disso, Renato Corrêa sugeriu que a Prefeitura volte a pagar o complementotemporariamente e, à medida que os projetos forem contemplados o Executivo poderia se afastar integral e definitivamente do pagamento. A medida, no entanto, não foi aceita.
As discussões seguiram por cerca de três horas, sem que uma definição fosse tomada. Ânimos se alteraram e o presidente da Câmara, vereador Ronnie Mello chegou a deixar o plenário revoltado depois de respostas insatisfatórias e inconclusivas da secretária de Saúde, Saionara Marques e de uma acalorada discussão com o secretário Fernando Alves.Irani Fernandes destacou que outras conversas serão necessárias para se chegar a uma solução, mas avaliou positivamente a reunião.

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