Fevereiro de Carnaval sem Carnaval
O fevereiro já vai com seu terceiro dia e do Carnaval de Uruguaiana, nem propaganda. É visível o desconforto das pessoas quando se fala em Carnaval. Neste momento, tratar da festa de momo significa tomar partido, desdenhar ou evitar. Por ser um evento de massa, o desgaste da imagem carnavalesca esta mais para afastar do que para agregar. Esse desacerto das Escolas com a Lei provoca essa reação. Lamentavelmente, algum nicho de fanáticos, em nome de seu amor e devoção à escola, exalta a união entre os torcedores como condição para sair desta crise. O pior é que esse chamamento exclui. Ora, não é porque uma pessoa não se envolve ou disponibiliza recursos que vá ser menos torcedor do que aquele que tem dedicação total à escola.
Por ser uma festa de massa, o Carnaval não combina com o sério. Essas palavras de ordem, clamando a união como demonstração de grandeza, na verdade, intimida o grande público. Seu efeito é apreciado apenas pelos componentes das agremiações que tem esse comportamento por sentirem se culpados por essa situação.
Aliás, esses salvadores do carnaval esquecem que o atraso nos “aprontes” se dá por ordem técnica. A lei não questiona a afetividade das pessoas com as Escolas de Samba. O que se cobra, e que não está sendo cumprido, são portões, portas, extintores, preparação de brigadistas, exigências cumpridas por qualquer estabelecimento comercial. Inclusive os micro. As escolas tem que mostrar sua grandeza é do portão para rua, não do coração pra dentro.
Já é fevereiro, na verdade, o mês do Carnaval, porém nosso carnaval não é verdadeiro, é inventado, é fora de época. E por isso, ainda estamos sem Carnaval.
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