A luta pela liberação de um terreno para construção de usina de reciclagem e implantação da coleta seletiva solidária já é uma realidade para os mais de 150 catadores de Uruguaiana. As ações foram definidas durante audiência pública realizada na última sexta-feira (29) no município, com a criação de um Grupo de Trabalho (GT). A reunião foi comandada pelo deputado estadual Jurandir Maciel (PTB), coordenador da Frente Parlamentar de Resíduos Sólidos do RS.
O GT é formado por representantes da Prefeitura, Câmara de Vereadores, Associação dos Catadores Amigos da Natureza (Aclan), Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) e Fundação Luterana de Diaconia (FLD), com apoio da Frente Parlamentar. A primeira reunião deve acontecer em 11 dezembro. “Com o fechamento do lixão e com o processo de edificação de um novo espaço as famílias precisarão de assistência. Essas entidades vão discutir a melhor forma de executar as demandas solicitadas pelos catadores e nós acompanharemos de perto a evolução dos debates”, explica Jurandir Maciel.
O prefeito Luiz Augusto Schneider também se comprometeu em revisar o convênio com a empresa europeia Inverjuvi, que iria fazer a incineração dos resíduos na cidade. “Se Deus quiser, no dia 11 também entregarei a escritura do terreno para a usina de coleta e triagem”, enfatizou. A área fica localizada à frente do lixão.
A coordenadora do Comitê Interministerial de Inclusão Social e Econômica dos Catadores de Materiais Recicláveis, da Secretaria-Geral da Presidência da República, Daniela Metello, anunciou que o governo federal tem recursos para a compra de equipamentos e capacitação dos trabalhadores. “Hoje é um grande marco. O que era um dos maiores problemas do Rio Grande do Sul, um dos piores depósitos a céu aberto, hoje se encaminha para a solução”. O Estado possui oito lixões. Daniela ainda destacou que o gabinete do deputado Jurandir é uma extensão do Comitê Interministerial.
Na oportunidade também foi apresentado um dossiê com todos os registros de reivindicações dos catadores do lixão de Uruguaiana. O documento reúne mais de 40 anexos, que datam desde a década de 1960. O lixão encontra-se entre as BR-290 e BR-472. “O trabalho dos catadores é digno. As condições nas quais trabalhamos é que são indignas e desumanas”, destacou a coordenadora da Aclan, Maria Tugira da Silva Cardoso. Segundo ela, é do lixão que as famílias retiram o alimento diário. Participaram ainda da audiência representantes do Ministério Público, Tribunal de Contas, Câmara de Vereadores, Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Fundacentro.
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