quarta-feira, 30 de outubro de 2013

TJ/RS mantém condenação de ex-delegado Carrijo


Na última quarta-feira, 24/10, a 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul manteve a condenação do agora ex-delegado de polícia Thiago Carrijo Fraga, de 3 anos de prisão cumulada com perda do cargo público, e confirmou a absolvição da policial Cristiane Carneiro, do crime de receptação.
Thiago Carrijo era titular da Delegacia Especializada de Furtos, Roubos e Capturas (Defrec) de Uruguaiana e, no desempenho de suas funções de Delegado de Polícia, apoderou-se de uma televisão de 24 polegadas por ele apreendida e que, por ocasião de uma diligência do Ministério Público a título de controle externo da atividade policial, foi escondida em um banheiro, e mais tarde encontrada na residência da policial Cristiane Rodrigues Carneiro, então namorada do Delegado, hoje sua esposa.
Foi relator o desembargador Rogério Gesta Leal, que considerou “estranho o cuidado em retirar da sala o televisor”, e não viu nos autos “nenhuma justificativa para que a televisão apreendida, de forma regular ou não, tenha sido levada pelo acusado para a sua residência, e lá permanecido por mais de quatro meses”, sustentando também não existir “lógica para não ter adotado as medidas legais necessárias para que esse objeto tivesse sido arrolado e integrado o inquérito policial, como bem referiu o magistrado que proferiu a sentença.” Leal foi sendo acompanhado integralmente em seu voto pelo desembargador Gaspar Marques Batista, presidente da Câmara – foi voto vencido o desembargador Newton Brasil de Leão para quem as provas apresentadas no processo não foram capazes de demonstrar cabalmente a intenção de Carrijo de apoderar-se da televisão, devendo, portanto, ser beneficiado pela dúvida e absolvido.
A investigação foi conduzida pelo promotor de Justiça Rodrigo Vieira que vê na condenação uma resposta às ofensas e tentativas de atemorização que sofreu em função dessainvestigação, acrescentando que, no dia em que qualquer membro do Ministério Público deixar de cumprir sua missão por medo de represálias, melhor seria a exoneração. Vieira disse nao estar feliz, mas mais tranquilo. “É uma pessoa que está do lado de cá da trinxeira e se comporta como alguém que está do lado de lá”,comentou.

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