Vereador vê “maracutaia” nas contratações da UPA

Créditos: Câmara de Vereadores

A Comissão de Serviços Municipais e Saúde realizou ontem, 13/9, uma reunião na Câmara de Vereadores, para apurar as polêmicas que vieram à público nos últimos dias, sobre as contratações e funcionamento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), inaugurada há dez dias. Segundo o vereador José Clemente (PSDB), que preside a Comissão, “as informações que chegaram  foram de que parentes de agentes políticos foram contratados, e queremos saber quem são, e se a empresa sabia do parentesco entre funcionários selecionados e agentes políticos, tanto do Executivo, quanto do Legislativo”. De acordo com Clemente, a administradora da UPA, Pauline Souza, “informou que desconhecia as relações quando da seleção, mas que no dia da reunião ficou sabendo que uma das funcionárias é esposa do secretário de Infraestrutura Urbana e Rural, João Francisco Fernandes; outro é médico e filho da secretária de Saúde, Thaís Aramburu; e uma enfermeira é filha da vereadora Suzana Alves”, completou.

Sobre os critérios para as contratações, especialmente porque o médico Jandir Tarragó Palma foi encontrado dormindo durante o plantão, a administradora Pauline Souza, disse na reunião que foram conduzidas por outra empresa, terceirizada pela Associação Beneficente Sílvio Scopel, que já é uma terceirizada, logo, a seleção foi feita pela própria Sílvio Scopel, disse o vereador tucano, complementando que “na verdade é uma ‘maracutaia’”. Ainda segundo Clemente, a administradora disse que este médico estaria sendo punindo com o desconto do salário referente ao período no qual dormiu, que foi flagrado, inclusive, por meio das câmeras de segurança.
A diretora da UPA, Pauline Souza, foi procurada por telefone pelo jornal CIDADE, mas disse que forneceria maiores informações sobre a conduta do médico apenas pessoalmente, mas confirmou que a UPA funciona 24 horas, com um expediente de 14 horas, das 8h às 22h, e dois médicos à disposição, e outro de 10h, das 22h até às 8h do dia seguinte, com apenas um médico. Sobre a escala, Pauline acrescentou que é meio complicada porque os médicos trocam muito entre si devido a outros compromissos profissionais, inclusive em outras instituições públicas de saúde.
Em nota divulgada na última terça-feira, 12/9, a Sílvio Scopel disse que as contratações são desvinculadas da Administração Municipal, portanto desobrigadas de seguir ou obedecer qualquer certame público, todavia, recebeu a relação dos aprovados no Processo Seletivo Simplificado, que caducou poucos dias antes da sua contratação. Ainda segundo a Associação, a opção foi pela contratação de profissionais com experiência comprovada (grifo nosso) em urgências e emergências.
A Comissão de Serviços Municipais requisitou o contrato da Prefeitura com a Sílvio Scopel, e a relação dos funcionários selecionados.

Secretaria de Saúde

A secretária Municipal de Saúde, Thaís Aramburu, falou que os médicos têm direito de descansar e de se alimentar, desde que não haja pacientes para atender. A secretária falou, inclusive, sobre um caso que presenciou na UPA. “As pessoas são muito complicadas. Um dia eu estava lá e uma senhora tinha um corte na mão e me disse: ‘faz uma hora que estou aqui’, daí eu questionei: ‘ela está há uma hora com um corte e não atenderam?’. Fui ver e fazia dez minutos que ela tinha chegado”.
Sobre a contratação da Sílvio Scopel, a secretária se disse contente. “É um trabalho de excelência que está sendo prestado, a gente está conseguindo atender a população nas 24h do dia. Claro que ajustes serão feitos no decorrer do trabalho, é pouco tempo ainda, mas com certeza para a população de Uruguaiana é um ganho maravilhoso”, comentou.