quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Caso Caroline Tubino: Polícia Civil utilizou ‘detector de mentiras’

 
Segue em andamento o inquérito policial que investiga o assassinado da agente socioeducativa Caroline Moraes Tubino, de 30 anos. A investigação está a cargo da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) e, na tarde de ontem, a delegada Caroline Huber concedeu entrevista coletiva juntamente com dois peritos vindos de Porto Alegre especialmente para atuar nesta investigação.
Inicialmente, Caroline classificou o crime como “não usual e bárbaro”, praticado contra uma pessoa “sem nenhum tipo de inimizade aparente, uma pessoa absolutamente tranquila e dedicada ao trabalho, que é peculiar, e com circunstancias complicadas, que não costumamos encontrar neste tipo de crime”. “Estamos esgotando todas as possibilidades que a Polícia Civil gaúcha tem no momento. É o inquérito mais trabalhoso que tive em toda minha vida. Não estamos medindo esforço. Minha equipe está completamente dedicada a solucionar esse caso. E estamos trazendo para o inquérito pericias da mais alta tecnologia existente no Brasil, como esta que foi feita hoje”, disse.
A Delegada referia-se a uma perícia nunca antes utilizada em Uruguaiana, que se utiliza de uma tecnologia popularmente conhecida como detector de mentiras. Trata-se, na verdade, do analisador de voz multicamadas, um software israelense utilizado durante oitivas, que juntamente com técnicas de condução de entrevista e ainda com a análise corporal do entrevistado, auxilia na identificação de conflitos que indicam que o entrevistado está faltando com a verdade. “Acreditamos muito nos resultados. É um instrumento muito eficaz”, explica a Delegada. Conforme ela, a utilização do software se fez necessária para esclarecer alguns pontos dos depoimentos de atores supostamente envolvidos no crime e ainda testemunhas do mesmo. O teste foi aplicado por dois peritos em veracidade, o inspetor de polícia Demétrio Peixoto e o escrivão Alessandro Knopp, que atuam no Gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos da Polícia Civil.
Entre terça-feira, 15/8, e ontem, diversas pessoas foram submetidas a entrevistas com a utilização da tecnologia. “É uma tecnologia israelense de alta precisão, capaz de identificar o que uma pessoa pensa enquanto fala. E se em determinado momento a pessoa pensa uma coisa e fala outra, estabelece-se, portanto, um conflito cognitivo, que é injetado no corpo humano através da fala. Os israelenses conseguiram decodificar a fala humana, quebrando as microcamadas vocais e matematicamente conseguindo estabelecer onde está o conflito cognitivo no momento em que a pessoa pensa uma coisa e fala outra, e onde está a partir do momento em que isso é verbalizado”, explica Peixoto. O número de pessoas submetidas a entrevista não foi divulgado pela polícia. Sabe-se somente que uma pessoa se negou a realizar o procedimento. O resultado das avaliações deverá ser concluído no período de 30 a 60 dias. Conforme a Delegada, o resultado de outras perícias ainda está sedo aguardado pela Delegacia.
Caroline não falou em suspeitos, mas ressaltou que desde o início do inquérito há mais de uma linha investigatória, e garantiu o empenho da Deam na elucidação do crime.
O crime
Caroline foi assassinada no último dia 24, na Rua Júlio de Castilhos, centro da cidade. Ela foi alvejada por dois disparos de arma de fogo, um nas costas e outro na nuca, na garagem do prédio onde vivia, nas proximidades da escola Olavo Pré-Vestibular. Ela foi encontrada por uma vizinha, ainda com vida, mas faleceu a caminho do pronto socorro municipal.

Gabriela Barcellos

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