quinta-feira, 18 de maio de 2017

Frota do Samu não recebe manutenção


O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu, está sem ambulâncias. Apesar do serviço contar com quatro ambulâncias, apenas uma está em operação. Como é requisito mínimo do programa a disponibilidade permanente de duas, Uruguaiana trabalha com uma ambulância emprestada da secretaria estadual de Saúde. 
Segundo o secretário adjunto da pasta, Raphaelly Félix, a crise financeira no Rio Grande do Sul e consequente falta de repasses aos municípios, ameaça, mas não abala o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Uruguaiana. Segundo Felix, durante os três primeiros meses deste ano, o município não recebeu nenhum repasse do Governo do Estado. “A secretaria municipal de Saúde (SMS) recebeu o primeiro repasse do ano no final de abril, mas especificamente, no dia 28/4. O valor de R$ 90 mil refere-se ao mês vigente naquele período. Os atrasados não entraram. Ficamos esperando para ver se vinha, porém, até agora nada”, frisou.
De acordo com o portal eletrônico do Governo do Estado, o repasse de verbas para o serviço fica distribuído da seguinte maneira. “O governo do Estado investe R$ 61,9 milhões por ano no Samu. A secretaria da Saúde repassa R$ 90 mil por mês para cada município que tem USA (Unidade de Suporte Avançado) e o Ministério da Saúde, R$ 38,5 mil para cada unidade de suporte avançado habilitada. Para cada UBS (Unidade de Suporte Básico), a Secretaria da Saúde repassa R$ 10.232,09 por mês e o Ministério, R$ 13.125,00. Para as motolâncias, o repasse do Estado é de R$ 3,5 mil por mês por veículo e do Ministério, R$ 7 mil”.
Nesse período em que nenhum repasse foi recebido pela SMS, o Samu do município continuou suas atividades com o superávit financeiro dos meses anteriores, e o valor recebido será usado para manutenção dos veículos, pagamento de pessoal, entre outros.  “Estamos fazendo a tramitação desse valor com o setor de contabilidade da secretária municipal de Fazenda. A verba recebida é sempre vinculada, ou seja, temos determinado valor (R$ 10.232,09 mensais) para gastar com as ambulâncias, já outro valor (R$ 3,5 mil por mês) deverá ser usado nas motolâncias e assim por diante”, disse. 
Embora o adjunto fale em superávit dos meses anteriores, a deterioração é decorrente da não aplicação de recursos na manutenção, pois há ambulâncias que foram paradas bem antes do não recebimento dos recursos do governo do Estado. Questionado pela equipe de reportagem do Jornal CIDADE sobre a situação das ambulâncias, Felix nos encaminhou para o gabinete do vice-prefeito, onde deveríamos falar com Antônio Fagundes. Já este nos informou que o secretário adjunto teria as informações e que falaria com Felix sobre o assunto. Fagundes ficou com o telefone da Redação, mas até o fechamento desta edição, não obtivemos retorno. Enquanto fica o jogo de empurra-empurra dos setores, quem realmente sofre com isso é a população de Uruguaiana.
Sem as informações sonegadas pelas autoridades, nossa equipe de reportagem apurou que uma das ambulâncias estava parcialmente destruída devido a um acidente de trânsito ocorrido em 2013; uma Ranger estava com o motor fundido; e a terceira foi retirada de serviço devido a problemas no freio e bomba. Conforme o chefe da frota do município, Jéferson Oliveira, as ambulâncias já estão sendo consertadas. “Estamos esperando as oficinas nos entregarem a frota”, disse.

Estrutura
Das ambulâncias o adjunto não sabe, mas sabe que a atual sede na Avenida Presidente Vargas, junto ao Centro de Especialidades Odontológicas é alugada, e o Samu será transferido de local, pois não se justifica gastar com aluguel quando há espaço público que pode estar disponibilizado para o serviço. A nova base do Samu é anexa à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), e foi inaugurada pelo governo anterior, porém sem as mínimas condições de receber o Samu. Contudo, a SMS pretende fazer a mudança de local até o início do segundo semestre.
O Samu conta com cinco médicos, seis enfermeiros, 10 técnicos de enfermagem – dois atuam na motolância - e nove condutores.  “Todos os profissionais são capacitados para trabalhar com os atendimentos”, finalizou.

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