quinta-feira, 27 de abril de 2017

Demoras do Samu ainda geram polêmicas e reclamações





Mais uma vez, o atendimento – no caso, a demora dele – do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi alvo de discussões nas redes sociais. É que neste final de semana, o fotógrafo Everaldo Castanini foi vítima de uma parada cardíaca e não resistiu. Nas redes sociais, a discussão sobre o fato, bem como as reclamações sobre o serviço foram frequentes. Também se questionou muito sobre a falta de informação do tempo estimado para o socorro. “Não sou de criticar. Mas cabe uma transformação, para ontem (...) Este sistema de chamada das nossas ambulâncias, não está com nada, quantas vidas já se perderam... Primeiro você comunica o Japão. E os próprios não informam se vai demorar ou não”, escreveu indignada a internauta Letícia Segabinazzi.
A reportagem do Jornal CIDADE entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde, por meio da secretária Thais Aramburu e com o chefe do SAMU de Uruguaiana, médico Rogério Marques, para buscar mais informações sobre o atendimento.
Conforme Thais, a equipe do Samu foi chamada para socorrer o irmão do fotógrafo que estaria tendo uma crise convulsiva. Ao chegar ao local, foi prestado o atendimento necessário e o atendido teria ficado bem. No entanto, ao ver toda a situação, Everaldo – que estava ao lado do irmão – passou mal e teve uma parada cardíaca. Ainda segundo Thais, o socorro a Everaldo foi prestado e ele foi ressuscitado, e imediatamente encaminhado para o Hospital Santa Casa de Caridade, onde novamente teve uma nova parada cardíaca, e morreu.
Questionada sobre a demora para a chegada do socorro, a secretaria de Saúde, informou que realmente todo o processo demora, já que a ligação ao 192 é atendida em Porto Alegre e depois encaminhada para Uruguaiana. “O familiar liga para lá, passa todas as informações necessárias e eles (Central de Atendimento) comunicam Uruguaiana que então, após a comunicação da ocorrência, inicia o deslocamento. Tudo isso sempre demora”, comenta. Ainda conforme ela, a Secretaria de Saúde estaria providenciando outras (novas) formas de atendimento. “Estamos trabalhando com a possibilidade de comprar “motolâncias”. Enquanto a ambulância não chega ao local, elas prestariam o primeiro atendimento de forma mais ágil”, ressalta.
Segundo o chefe do Samu, Rogério Marques, outra ambulância não foi deslocada para a casa do fotógrafo porque estaria em outro atendimento. “Antes de recebermos a comunicação da ocorrência do Castanini, foi pedido socorro para um baleado em um bairro de Uruguaiana. Uma equipe – juntamente com a Guarda Civil Municipal e Brigada Militar – foi deslocada para prestar esse socorro à vítima. Entretanto, ao chegarmos ao local indicado constatamos que se tratava de um trote”, informou. E acrescenta “é muito triste isso ainda ocorrer, pois enquanto poderíamos estar prestando um atendimento maior a quem realmente precisava, no caso o Everaldo, estávamos procurando por algo que não existia”, ressaltou.
Marques disse ainda que, entre o recebimento do chamado na Central de Atendimento, o deslocamento até o local onde os irmãos se encontravam, o atendimento e o novo deslocamento até a Santa Casa, passaram-se 29 minutos. “Como profissional, sei que o tempo é longo e para a família, aqueles minutos são ainda piores, pois eles estão angustiados e nervosos”.

Karine Ruviaro

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